Tocantins apresenta estágios distintos nas cadeias produtivas do amendoim, do arroz e da mandioca

 Tocantins apresenta estágios distintos nas cadeias produtivas do amendoim, do arroz e da mandioca

O produtor tem à disposição cultivares da Embrapa voltadas aos dois sistemas de produção de arroz praticados no estado: irrigado e terras altas

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 Culturas agrícolas bastante diferentes e com momentos também diversos em termos de produção e presença, em campo, no Tocantins. Amendoim, arroz e mandioca foram abordados durante evento promovido pela Secretaria de Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro) em parceria com instituições como a Embrapa, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins) e a Prefeitura Municipal de Palmas.

O chamado dia técnico aconteceu na manhã de quarta, 28 de junho, no Centro Agrotecnológico de Palmas (Agrotins), na capital tocantinense. Houve apresentações de três pesquisadores da Embrapa. Daniel Fragoso, da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás-GO), falou sobre a cultura do arroz. Já Valdinei Sofiatti, da Embrapa Algodão (Campina Grande-PB), abordou o amendoim. Por último, Gustavo Campos, da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO), unidade que mantém um núcleo de pesquisas em sistemas agrícolas, falou sobre mandioca.

Daniel comentou que, hoje, o produtor tem à disposição cultivares da Embrapa voltadas aos dois sistemas de produção praticados no estado. Tanto para arroz de terras altas, cultivado amplamente nos municípios tocantinenses, como para irrigado, encontrado mais a Oeste do estado, o produtor pode encontrar variedades BRS, que identificam produtos da Embrapa. E vêm mais opções nos próximos anos.

Há duas parcerias em andamento que, em breve, devem gerar frutos. Uma com a empresa privada Basf e outra com a Universidade Estadual do Tocantins (Unitins). O Tocantins, na última safra, foi o terceiro estado que mais produziu arroz no país, depois do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Foram 674 mil toneladas em 2016/2017, 9,5% a mais que a produção na safra anterior. Os números foram divulgados em junho pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Alternativa – Se o arroz é uma cultura agrícola estabelecida e em crescimento no Tocantins, o mesmo não pode ser dito sobre o amendoim. Ainda incipiente no estado, essa cultura é plantada na segunda safra. No Brasil como um todo, cerca de 96% do amendoim produzido é em primeira safra. As informações também são do mesmo levantamento feito pela Conab.

No entanto, essa realidade pode ser melhor no Tocantins. De acordo com o pesquisador Valdinei, para o Tocantins, “nós temos três variedades eretas comercialmente disponíveis, que são de ciclo mais curto, mais adaptadas a pequenas áreas, pequenos produtores, mais tolerantes a seca. Nós vamos ter a partir do próximo ano, que estão em registro no ministério, mais três variedades, que são rasteiras e destinadas a grandes áreas e com produtividade bastante alta”. As condições de solo e clima do estado são favoráveis ao cultivo do amendoim, que é uma cultura agrícola com alto valor agregado.

Já a mandioca é tradicional entre os produtores do Tocantins, assim como em outros estados brasileiros. A Embrapa coordena projeto que visa colaborar para o desenvolvimento da cadeia produtiva dessa cultura no Tocantins. Quem coordena esse projeto é o pesquisador Gustavo, que vem comentando sobre o chamado trio da produtividade, metodologia desenvolvida pela Embrapa na região Norte do país.

Ele fala sobre as três bases da metodologia: “a primeira seria seleção de uma boa semente, da maniva de qualidade, com cinco a sete gemas, com diâmetro de uma polegada, ou seja, que garanta uma boa germinação, um bom brotamento. Um outro pé seria um planejamento da área, com adubação, com espaçamento adequado (aqui na região, a gente usa 1m X 1m). E o terceiro pé desse processo seria controle do mato, evitar a matocompetição, evitar que a mandioca sofra a competição do mato, das plantas daninhas porque essa competição derruba em até 90% a produtividade de raízes”.

O período recomendado para o produtor manter sua lavoura livre de plantas daninhas são os cerca de quatro meses iniciais. Com as três práticas em conjunto, é possível aumentar consideravelmente a produtividade da lavoura de mandioca; até dobrá-la, de acordo com Gustavo. Práticas simples, acessíveis a todos os produtores e que podem ajudá-los a ter mais renda em sua atividade.

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