Mundo linear

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Clima na Ásia determina
estabilidade da safra, mas há
queda na África e no Mercosul
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Uma queda de apenas 0,12% é esperada para a safra mundial de arroz de 2019, o equivalente a 1 milhão de toneladas, para 777,6 milhões de toneladas métricas em base casca, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). O volume mantém pelo terceiro ano consecutivo a produção global estável.

A estabilidade é garantida pelos grandes países produtores da Ásia, em contraste com a produção africana, cuja estimativa é de uma queda de 5%. “Essa redução afetará as regiões ocidentais do continente, que terão uma perda de 7% devido às chuvas insuficientes”, explica o economista Patricio Méndez del Villar, do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), da França.

No Mercosul, as safras também foram medíocres este ano devido a uma nova redução nas áreas de arroz no Brasil, Argentina e Uruguai.

De acordo com a FAO, a produção mundial em 2018 foi de 778,6 milhões de toneladas de arroz em casca (517 milhões de toneladas de arroz beneficiado), com uma pequena alta de 1,5% em relação a 2017. Este incremento se deve às boas condições climáticas no hemisfério norte e a preços mais atrativos no comércio internacional.

Na Ásia, as colheitas foram satisfatórias, especialmente na Índia, onde a produção atingiu um recorde – aumentando 3% – graças a bons índices de chuva e revalorização dos preços mínimos. Por outro lado, na China, a produção caiu 1% devido à redução nas áreas plantadas. Na África, as colheitas aumentaram 6,8% graças à recuperação da produção do leste e do sudeste do continente e a programas de incentivo locais. Enquanto isso, no Egito, a produção caiu 23% devido a uma redução drástica nas áreas plantadas para economizar recursos hídricos.

COMÉRCIO

Em 2019, as projeções indicam um declínio de 3,1% no comércio mundial de arroz, para 46,9 milhões de toneladas. A queda deve afetar principalmente a Índia. Em 2018, a comercialização global permaneceu estável em 48,4 milhões de toneladas.

Os números são do informativo mensal do economista Patricio Méndez del Villar: “Na temporada passada, o mercado esteve bastante ativo durante boa parte do ano graças à demanda do sudeste asiático, incluindo a Indonésia e as Filipinas. Em contraste, no sul, a demanda diminuiu”, explica.

No resto do mundo, as compras internacionais mantiveram-se estáveis graças ao melhor abastecimento interno. “Do lado da oferta, as exportações foram satisfatórias, exceto na Índia, onde as vendas externas caíram 2,5% em relação ao recorde de 2017”, observa Méndez del Villar.

Ásia: maiores colheitas garantem e estoque em alta reduzem a demanda

 

FIQUE DE OLHO
Os estoques mundiais em 2018 progrediram 2,3%, para 173,9 milhões de toneladas contra 170,0 milhões em 2017, atingindo seu nível histórico mais alto. Em 2019, espera-se um novo aumento de 3,9%, para 180,6 milhões de toneladas, o equivalente a 35% do consumo mundial. O crescimento deve-se à reconstituição de reservas chinesas e indianas, da Indonésia e das Filipinas. Os estoques dos principais países exportadores indicaram 33,2 milhões de toneladas em 2018, o nível mais baixo desde 2010, mas uma recuperação de 37 milhões de toneladas é esperada para 2019, equivalente a 21% das reservas mundiais.

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