À beira do limite

 À beira do limite

Balança comercial ajusta
quadro de oferta e demanda do Mercosul
.

 Uma conjuntura que reuniu o câmbio favorável, os Estados Unidos ausentes do mercado internacional desde março e a alta demanda global por arroz por causa da pandemia da covid-19 fizeram com que o Brasil batesse recordes nas exportações entre março e julho de 2020. Mais de 100 países foram atendidos desde o início do distanciamento social, em março, até julho. Em junho, os brasileiros bateram um recorde de embarques, com 316,4 mil toneladas. Em julho, foram 298,9 mil t, segundo o Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

No acumulado dos cinco primeiros meses do ano comercial, o Brasil embarcou 1,098 milhão de toneladas, com saldo de 729,9 mil t, ou seja, 97% a mais do que no período do ano passado. As importações foram discretas até julho por causa da paridade, elevada mesmo para o grão do Mercosul. A soma foi 368,7 mil toneladas adquiridas, 19% menos que em 2019, na mesma época. O Paraguai é a principal origem das compras, com 70,1% do total, sendo 62% das cargas beneficiadas, segundo o diretor do Sindarroz/RS, Tiago Barata.

Agosto poderia superar 150 mil toneladas embarcadas, mas a expectativa diante dos preços internos é da reversão gradual na balança comercial, com as compras mensais maiores do que as vendas, mesmo com o dólar valorizado. A queda acentuada nos estoques do Mercosul e uma demanda de vários países reforça a alta de preços. A ruptura da oferta interna levou o segmento industrial a buscar a suspensão da Tarifa Externa Comum (TEC) de 12% sobre o arroz beneficiado e 10% sobre a casca para países de fora do Mercosul. A medida tem resistência no Mapa e foi rechaçada na Câmara Setorial Nacional por 16 a seis.

O analista de arroz da Conab, Sérgio Roberto Santos Júnior, avalia que “assim como o mercado foi favorável ao Brasil até julho, em agosto começou a se equilibrar com o Mercosul e tendemos a comprar mais do que vender até fevereiro”. No fim de agosto, os preços brasileiros superaram R$ 100,00, mas a paridade fora do Mercosul estava bem acima disso.

FIQUE DE OLHO
O projeto Brazilian Rice, parceria de promoção do arroz brasileiro entre Abiarroz e a Apex-Brasil, definiu oito países prioritários para as vendas nacionais até 2022: Canadá, Guatemala, México, Panamá, Peru, Reino Unido, Turquia e Marrocos. O programa está em fase de renovação com a meta de realizar ações que gerem resultados sustentáveis de exportação em longo prazo, e não apenas negócios de ocasião por fatores como câmbio e safra.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter