Ritmo constante
Santa Catarina manteve patamar de produção mesmo reduzindo a área
Segundo maior produtor do Brasil, com cerca de 11% do volume colhido anualmente, Santa Catarina registrou uma redução de área de 0,79% no cultivo de arroz na safra 2020/21. Apesar disso, a produção manteve-se quase idêntica à alcançada na safra passada: 1,25 milhão de toneladas. Segundo a Epagri/Cepa, isso se deve ao aumento de produtividade no sul Catarinense, que concentra 67% da produção estadual. O estado cultivou 148,3 mil hectares.
O analista da Epagri/Cepa, João Rogério Alves, relata o incremento de 0,37% na produtividade, passando de 8.391 kg/ha para 8.422 kg/ha. Araranguá registrou produtividade 1,54% maior. “Isso se deve à aplicação de tecnologias, o clima favorável e o cultivo de variedades Epagri, com alto potencial produtivo”, explica. O rendimento médio obtido na safra 2019/20 foi superior, em especial na região sul, graças à conjunção de fatores, como distribuição de chuvas, luminosidade adequada, cultivares de alto potencial produtivo e incremento tecnológico. “Podemos considerar uma excelente safra”, afirma.
Os preços médios pagos ao produtor em julho recuaram 9,5% em relação a junho, fechando o mês em R$ 71,80/saca de 50 kg. Comparado a julho de 2020, em preços nominais, o valor é 21,28% superior. Em termos reais – com deflação pelo IGP-DI, base junho de 2021, a média é 9,2%. Em agosto, houve recuperação.
Segundo o analista da Epagri/Cepa, o cenário é favorável ao produtor, mas alguns aspectos devem ser considerados. O mercado consumidor estabilizou e o dólar, apesar de oscilações, mantém-se elevado. As exportações caíram comparadas a igual período de 2020.
Em março de 2020, o valor pago ao produtor (nominal) no mercado catarinense estava em R$ 48,33 a saca de 50kg. Em outubro, a média estadual chegou a R$ 88,25 a saca de 50kg, um aumento de 82,6% causada pelas compras para formação de estoque das famílias em função da pandemia e da antecipação de compras pelo varejo.