Conab assegurará o abastecimento de arroz

Autoria: Regina Célia Gonçalves Santos | Administradora de Empresas | Técnica de Planejamento, especialista no mercado de arroz.

Observa-se, no Quadro I, que para o ano safra 2008/2009, a oferta total ficou em 14.951,9 milhões de toneladas e a demanda total em 13.934,4 milhões de toneladas, resultando no estoque final de 1.197,5 milhão de toneladas. Para esta safra, 2009/2010, a qual a colheita está findando, projeta-se que serão produzidas 11.485,9 milhões toneladas, resultando na oferta total de 13.883,4 milhões toneladas, para uma demanda total de 13.000,0 milhões de toneladas. O estoque final deverá resultar em 883,4 mil toneladas, um dos menores dos últimos anos. 

Estima-se as importações deste ano comercial, 2010/2011, em 1.200,0 milhão de toneladas,. Para fazer frente à demanda interna, pois tivemos redução na produção devido as fortes chuvas e enchentes ocasionadas no Rio Grande do Sul, durante o período de plantio.

A valorização do produto, no mercado internacional, abriu oportunidade para o Brasil que, desde a safra 2004/05, já vinha buscando novos mercados, ganhando, assim, a possibilidade de ampliar suas vendas externas. Para o presente ano safra, a Conab estima-se que esse número irá reduzir para 500 mil toneladas de arroz base casca. 

A última divulgação de safra feita pela Conab em 06 de maio do corrente ano, mostra que a semeadura da safra 2009/10, no Rio Grande do Sul, foi concluída fora do período recomendado, devido as condições climáticas desfavoráveis com chuvas em excesso, enchentes e enxurradas. O período ideal para o estabelecimento da cultura esgotou antes que os produtores conseguissem concluir a semeadura normal e o replantio das áreas perdidas por causa das adversidades climáticas.

Nas regiões produtoras de arroz de sequeiro, a semeadura transcorreu dentro do período recomendado e as reduções de área se deram por opção dos produtores e não por problemas de clima. A colheita está se aproximando do final dentro da normalidade esperada, de acordo com o período de semeadura. O maior atraso ocorre no Rio Grande do Sul, onde faltam ser colhidos 26% dos 1.079,6 mil hectares semeados. Nesta área remanescente, há a expectativa de redução da produtividade, devido a semeadura feita fora da época recomendada e por isso, está sofrendo os efeitos do clima.

As grandes precipitações ocorridas na Região Sul, da mesma forma que recuperou os mananciais que fornecem água para irrigação, prejudicou as lavouras pelos constantes alagamentos principalmente nas áreas mais baixas e situadas próximo às margens dos rios, causando prejuízos consideráveis. Os danos maiores aconteceram no Rio Grande do Sul – Depressão Central e Fronteira Oeste. Nestes locais, onde uma boa parte da semeadura ocorreu fora da época recomendada o clima favoreceu a cultura, atrasando o período de frio, atingindo apenas as áreas semeadas por último. Nas demais regiões o clima foi favorável para o desenvolvimento da cultura. Atualmente o clima vem favorecendo tanto a colheita como o desenvolvimento das lavouras semeadas mais tarde, em todas suas fases, pela manutenção temperaturas adequadas e boa luminosidade.

A produtividade média nacional esperada para esta safra deve ficar em torno de 4.111 kg/ha, menor 5,1% que a alcançada na safra 2008/09, que foi de 4.332 kg/ha. A diminuição deve-se principalmente aos problemas climáticos ocorridos no Rio Grande do Sul embora nos 76% já colhidos no Estado apresente uma produtividade em torno de 6.700 kg/ha. Em Santa Catarina, a produtividade ultrapassou os 7.000 kg/há devido ao clima ter sido favorável desde a semeadura até a colheita. No Mato Grosso a colheita está encerrada com produtividade de 3.008 kg/ha. Na região Nordeste houve queda acentuada de produtividade nos Estados do Piauí, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, devido ao clima desfavorável.

A produção nacional de arroz, na safra 2009/10, está estimada em 11.485,9 mil toneladas reduzindo 1.116,6 mil toneladas (8,9%) em relação a safra 2008/09 que foi de 12.602,5 mil.

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