O segredo de Pantano

 O segredo de Pantano

Hamann e Tatsch: área pequena e manejo para altas produtividades deram impulso

Município tem maior média produtiva em 2021/22 para o RS

Quando se fala em altas produtividades nas lavouras arrozeiras gaúchas, imediatamente são lembradas propriedades da fronteira oeste, da zona sul ou da campanha. Mas um pequeno município na região central, Pantano Grande (a grafia é essa mesmo), com apenas 9.900 habitantes, na confluência da BR 471 com a BR 290, foi o líder do ranking da produtividade no Rio Grande do Sul na temporada 2021/22, com média de 9.893 quilos limpos e secos em cada um de seus 4.350 hectares.

O engenheiro agrônomo do Irga em Rio Pardo, Ricardo Tatsch, é responsável pela assistência e difusão de tecnologias para boa parte dos produtores desse município, através do Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nate), e destacou que o município tem a peculiaridade de resumir-se a 18 unidades produtivas nos seus 4.350 ha, com média de 241 há. “Em sua maioria, são produtores altamente tecnificados, sendo que cinco agricultores respondem por mais de 50% de toda a área semeada, e médias superiores a 10 toneladas por hectare”, observou.

O coordenador regional do Irga na região central, Pedro Trevisan Hamann, também destacou que um grande aliado para essas altas produtividades obtidas em Pantano é a prática da intensificação e rotação de soja em áreas de arroz, que, nas últimas cinco safras, tem variado de 55% a 65% e, em pousio/rotação com pecuária, de 20% a 30%. “Apenas 15% da área não tem rotação e ainda faz arroz sobre arroz”, acrescentou Ricardo Tatsch.

Outro ponto a destacar é que o município tem raros casos de áreas de cultivo que podem ser prejudicadas pelo risco de enchentes ou falta de água para irrigação. Isso garante relativa estabilidade e segurança aos cultivos. Pedro Hamann observou que, nos últimos cinco anos, as produtividades desse grupo de produtores tem crescido e permanece acima dos nove mil quilos por hectare.

REDUÇÃO
Mesmo com as altas produtividades e a condição favorável de clima e baixos riscos de enchentes e perdas por estiagem, muitos produtores do município irão reduzir a área de cultivo com arroz devido aos altos custos de produção e aos baixos valores da saca nos 10 meses iniciais do ano, que exigiu um redirecionamento das atividades para evitar prejuízos ou margens muito estreitas. Soja e pecuária tomarão o lugar do arroz.

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