Vai faltar arroz? O preço vai aumentar? O que dizem governo e varejistas

 Vai faltar arroz? O preço vai aumentar? O que dizem governo e varejistas

(Por Rafael Coraccini, CBN) Uma dúvida tem surgido nas redes sociais nos últimos dias. Será que pode faltar arroz no Brasil? A questão surge por conta das enchentes no Rio Grande do Sul, que é um grande polo produtor do alimento. Com isso, surgem relatos de consumidores indo até supermercados para comprar grandes quantidades do produto, para estocar. Porém, a história não é bem assim.

O Brasil realmente passa por problemas relacionados à produção, mas a situação está controlada, segundo varejistas. Ainda assim, algumas redes de supermercado têm limitado a aquisição de alguns produtos, como é o caso de todas as lojas no Brasil do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), incluindo Pão de Açúcar, Extra Mercado, Minuto Pão de Açúcar, Pão de Açúcar Fresh e Mini Extra. Além disso, há restrição na compra também pela internet.

Segundo comunicado oficial, o GPA diz ter limitado a aquisição de arroz e leite “com o objetivo de garantir disponibilidade e o acesso da população a produtos essenciais”.

Houve também relatos de limitações semelhantes na compra de arroz nas unidades do Carrefour. A Inteligência Financeira aguarda retorno da empresa sobre a situação em suas unidades.

Vai faltar arroz?

O Pão de Açúcar disse, nesta segunda-feira (13), que “até o momento, seus estoques estão em níveis normalizados, e que segue monitorando atentamente qualquer possível reflexo no abastecimento de produtos” afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

A Abras (Associação Brasileira de Supermercados), principal associação do varejo alimentar, afirmou que “os estoques e as operações de abastecimento do varejo estão normalizados com diversas marcas, preços e promoções para atender à demanda de consumo tanto nas lojas físicas quanto pelo e-commerce”.

É preciso fazer racionamento de arroz?

Nesse cenário, a Abras “recomenda que os consumidores não façam estoques em casa para que todos tenham acesso contínuo ao produto”. Assim, a entidade diz que está comprometida “neste acompanhamento durante este período” de enchentes no Rio Grande do Sul. Antes disso, os produtores de arroz e supermercados já haviam dito que não há risco de desabastecimento do grão no Brasil, apesar das enchentes no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional.

O governo vai importar arroz?

O ministro da Agricultura e Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, disse que o Brasil vai comprar arroz via Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Foi anunciada, na última sexta-feira (10), a aquisição de 1 milhão de tonelada. “A compra de arroz por meio de leilões públicos, a preço de mercado, é válida para 2024. Os estoques serão destinados, preferencialmente, à venda para pequenos varejistas das regiões metropolitanas”, diz comunicado da Conab.

O arroz vai aumentar?

Um relatório do Bradesco BBA disse que a enchente no Rio Grande do Sul afetaria oferta e demanda na região. Ou seja, a produção cairia, mas também a demanda seria contida, o que poderia limitar a pressão sobre os preços no Rio Grande do Sul.

Contudo, “os impactos indiretos sobre os preços de alimentos no restante do país podem ser mais relevantes, dada a representatividade do estado na produção nacional e a importância do produto na cesta brasileira”.

Por outro lado, a ação do governo pode segurar os preços, segundo a Conab.

“Além de não deixar faltar arroz no país, com esta medida, vamos garantir que o preço não suba em função da especulação de alguém que queira se aproveitar da situação que vive o Rio Grande do Sul”, afirmou o presidente da Conab, Edegar Pretto.

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