O arroz virou cidade
Área catarinense cai devido à urbanização
A safra de arroz em Santa Catarina, segundo maior produtor do país, recuou 0,9% por causa do clima, mas também por fator distinto das demais regiões do país: a urbanização. A economista Gláucia Padrão, do Cepa/Epagri, revelou que a queda de 1.322 hectares na área semeada na safra 2023/24 concentra-se no Litoral Norte e no Alto Vale do Itajaí. Justifica-se pela conversão de áreas de arroz em zonas urbanas pela expansão das cidades.
“Chuvas excessivas, baixa luminosidade, excesso de nebulosidade, dificuldade de manejo fitossanitário e muito calor na floração prejudicaram lavouras e reduziram a produtividade”, acrescentou. A redução é estimada em 8,11% frente ao ano passado, segundo dados de maio, com 99% da área colhida. A produtividade média ficou em 7.977 kg/ha (-7,28%).
A produção é estimada em 1,162 milhão de toneladas. A indústria catarinense processa 1,6 milhão de toneladas/ano e comprará arroz do Rio Grande do Sul e do Mercosul.
Custo de produção
Os custos de produção aumentaram 9,77% na comparação do mês de abril de 2024 com julho de 2023, em termos nominais. “Mas, com preços ao produtor elevados, a margem foi positiva em R$20,61 por saca, pois as cotações médias foram suficientes para cobrir o custo operacional da atividade, resultando em lucro operacional de R$ 15,45/sc”, diz Gláucia.
O valor necessário para cobrir o custo, considerando os preços de insumos no mês, foi R$ 81,69/50kg enquanto o produtor recebeu R$ 97,14/sc, o que gera lucro operacional. O arrendamento, que chega a 60% da lavoura catarinense, tem maior peso na composição do custo operacional : 38,1%.