Após polêmica, Conab quer usar dados do Irga em levantamentos de arroz
(Por Planeta Arroz) Depois da polêmica da última semana, na qual Farsul e Federarroz realizaram duro protesto pela divulgação de números que consideram superestimados e desatualizados para a safra de arroz do Rio Grande do Sul, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) buscou apoio do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) para cooperação na atualização das estimativas de safra. A própria Conab reconheceu que os números da estimativa de janeiro 0eram, ainda de novembro, e não traziam atualizadas as informações sobre a área que deixou de ser semeada na Região Central gaúcha, por exemplo, por conta da incapacidade de acessar créditos ou recuperar a estrutura por parte de muitos agricultores e propriedades atingidos pelas inundações históricas de maio passado.
Na quarta-feira (22/1) o presidente do instituto, Rodrigo Warlet Machado, recebeu na sede da autarquia a Antônio Matheus, assistente da superintendente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Márcio Renan Schorr, gerente de desenvolvimento e suporte estratégico da Companhia. O encontro contou com a presença de diretora técnica Flávia Tomita, do chefe da Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural, Luiz Fernando Siqueira e de coordenadores regionais.
A reunião faz parte de um processo que teve inicio no final de 2023, quando a Conab manifestou interesse em firmar um Termo de Cooperação Técnica para que o Irga forneça dados oficiais à Companhia. No encontro, os representantes da Companhia apresentaram a metodologia de pesquisa aplicada às cadeias produtivas de soja e trigo, que poderão ser aplicadas – ajustando às peculiaridades, a lavoura arrozeira. A parceria vai proporcionar a obtenção e a divulgação de informações das safras de arroz e suas condições de produção com o uso de geotecnologias.
Segundo o assistente da superintendência da Conab, a pesquisa e os dados obtidos pelo Irga são reconhecidos pela precisão e qualidade. “Estamos aqui porque entendemos que o Irga é referencia na geração de dados e temos o interesse em utilizá-los”, ressalta Antônio Matheus, elogiando o trabalho desenvolvido pela autarquia.
De acordo com o presidente do Irga, a precisão e a transparência nos dados obtidos são resultados do serviço de uma equipe técnica qualificada e comprometida em entregar um trabalho de excelência. “Ficamos felizes por ter o trabalho dos nossos extensionistas reconhecido pela Conab. Com a capilaridade da instituição nas regiões produtoras do cereal e uma equipe altamente especializada, poderemos fornecer informações ainda mais detalhadas”, afirma Rodrigo Warlet Machado, destacando a dedicação e espírito público da superintendente regional da Conab, Luzia Rosalina Teixeira, do Márcio Renan Schorr, gerente de desenvolvimento e suporte estratégico da Companhia, e do corpo técnico da entidade. “A exemplo das anteriores, a reunião de hoje foi extremamente produtiva, resultado de uma relação construída com base no diálogo, na transparência e respeito institucional”, avalia.
Os detalhes técnicos serão discutidos e ajustados entre as entidades para que seja construída a proposta que posteriormente será apresentada a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Estado e ao Conselho Deliberativo do Irga. A exemplo da parceria firmada com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em que o Irga fornece dados oficiais, o mesmo deve ocorrer com a Conab.
Após a polêmica, o reconhecimento de ter publicado informações desatualizadas e a iniciativa de buscar cooperação com o Irga para garantir a geração de informações mais críveis, a Conab deverá trazer números mais próximos da realidade no levantamento de janeiro, a ser divulgado em fevereiro. Assim, a área do RS deve ser reduzida em cerca de 3% da expectativa anterior.