Mercado do arroz estagnou nos 16 dólares e entrou em compasso de espera

 Mercado do arroz estagnou nos 16 dólares e entrou em compasso de espera

(Por Cleiton Evandro, AgroDados/Planeta Arroz) O cenário de preços do arroz no Brasil é de compasso de espera de um fato novo que venha a alterar a estabilidade da casa dos US$ 16,00. Com o dólar perdendo parte do seu valor, e beirando os R$ 5,90 nos últimos dias, em moeda americana o arroz brasileiro valorizou, mas ainda continua sendo interessante do ponto de vista da exportação. No entanto, os potenciais clientes fazem muitas sondagens, mas concretizam poucos negócios. Isto porque, em geral, as Américas aguardam para identificar quais serão as taxas impostas pelo recém empossado presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre os produtos para e contra os países concorrentes. Por exemplo, é grande a expectativa de que ele imponha taxas mais pesadas ao México, o que deflagraria, imediatamente, uma corrida mexicana pelo arroz do Mercosul?

Enquanto o continente americano aguarda pelas posições do presidente estadunidense, alguns negócios são reportados pelo Paraguai para a Costa Rica. Pelo menos dois navios foram acordados e já devem ser embarcados entre o final de janeiro e o início de março. O Brasil tem apenas uma previsão de embarque de quebrados de arroz para este mês, para a África. Enquanto isso, Uruguai busca limpar seus estoques de passagem e faz pressão por novos negócios, aguardando uma safra de grandes proporções. Aliás, todo o Mercosul espera colher  bem.

Na semana, algumas novidades chegaram.  Uma delas, a Conab em busca de parceria com o Irga para alinhar seus números de safra, o que já gerou polêmica nos últimos dias com a divulgação de números desatualizados quanto à área efetivamente semeada no RS. Os preços na Ásia seguem em queda livre desde que a Índia voltou ao cenário mundial como fornecedor. Nos Estados Unidos, relativa estabilidade esta semana por causa do fator Trump, mas os valores registram retração nos últimos dois meses pela pressão de  uma grande safra e baixa qualidade industrial.

No Brasil, alguns fatores estão determinando uma relativa estabilidade de preços. É a calmaria antes da tempestade, para alguns agentes de mercado. O “arroz velho”, isto é, da safra 2023/24 está sendo comercializado a conta-gotas, e por valores um pouco mais acima do que as médias regionais. No entanto, o arroz ‘novo’, da atual safra, está tendo negócios antecipados na faixa de R$ 100,00 a R$ 103,00 para fevereiro e março, e este tem sido um balizador interessante. Para quem esperava vender arroz até abaixo dos R$ 90,00 no pico de safra, não é uma referência tão ruim assim. Resta saber se ela se manterá diante do início da colheita em maiores volumes a partir de 15 de fevereiro.

Sem grandes novidades de Trump ou uma avalanche de arroz no mercado brasileiro e do Mercosul, a tendência é de nos mantermos dentro da estabilidade atual. Mas, o mercado do arroz, nós bem sabemos, está sempre sujeito a sobressaltos. Para o mercado, a previsibilidade é muito melhor do que as surpresas. No varejo vimos alguns preços em queda – em algumas praças – e cotações mais altas no Sudeste e no Nordeste para o consumidor, o que é contraditório em momento de baixo consumo.

O indicador de preços Cepea/Irga, aponta R$ 99,60 de referência par a saca de arroz de 50 quilos, 58×10, no Rio Grande do Sul, valor que equivale a US$ 16,85. No mês, o preço da saca acumula valorização de 0,45%, ou seja, praticamente estabilidade. O que já é ótimo, considerando que no mês passado as cotações vinham em queda. A depender da região, do padrão do produto e da forma de pagamento, temos cotações que vão de R$ 92,00 a R$ 112,00 pelo arroz gaúcho. A referência do porto é de R$ 100,00 a R$ 103,00.

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