Pressão no mercado de arroz se intensifica com avanço da colheita e maior oferta

 Pressão no mercado de arroz se intensifica com avanço da colheita e maior oferta

(Por Safras) O mercado brasileiro de arroz enfrenta forte pressão com o avanço da colheita e o consequente aumento da oferta. No Rio Grande do Sul, principal estado produtor do grão, aproximadamente 10% da área plantada já foi colhida, enquanto, no cenário nacional, os trabalhos ultrapassam 14% da área estimada.

“Esse avanço reforça a tendência de queda nos preços no curto prazo, pois muitos produtores precisam vender para garantir fluxo de caixa. Por outro lado, os compradores adotam uma postura cautelosa, sem urgência para novas aquisições”, analisa Evandro Oliveira, consultor da Safras & Mercado.

O reflexo dessa dinâmica já é sentido nos preços, tanto no mercado de arroz em casca quanto no varejo. O pacote de 5 quilos apresenta recuo nas gôndolas, com marcas comerciais variando entre R$ 22,00 e R$ 25,00, enquanto as marcas premium seguem na faixa de R$ 28,00 a R$ 32,00. “Essa redução pode estimular um aumento da demanda interna, especialmente diante da alta dos preços de outros produtos da cesta básica”, observa Oliveira.

Apesar disso, o setor mantém expectativa de um crescimento mais expressivo das exportações, fator essencial para equilibrar a oferta e evitar uma pressão prolongada sobre as cotações. O cenário internacional pode abrir novas oportunidades, especialmente após a recente imposição de tarifas de 25% pelos Estados Unidos sobre produtos importados do México e Canadá.

O México, um dos maiores compradores de arroz norte-americano, pode buscar novos fornecedores, e o Mercosul surge como um forte candidato, dada sua capacidade produtiva. “Se essa demanda se confirmar, o mercado poderá ter um alívio nas cotações no médio prazo”, projeta Oliveira.

No fechamento da quinta-feira (6), a saca de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) foi negociada a R$ 88,37, registrando queda de 3,97% na semana. Em relação ao mês anterior, o recuo foi de 11,39%, enquanto, na comparação com o mesmo período de 2024, a desvalorização acumulada chegou a 13,03%.

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