A conjuntura e os cenários de safra e mercado de arroz

Segundo os dados divulgados pelo Foreign Agricultural Service (FAS) do United States Department of Agriculture (USDA), é previsto o consumo, na safra 2012/13, do total de 2.285,78 milhões de toneladas de grãos no mundo, sendo que o arroz beneficiado participará com 470,23 milhões de toneladas, ou 20,57% do quantitativo. Entre os produtos destinados à alimentação humana, é o segundo em importância, atrás apenas do trigo. Em algumas partes do mundo, como a Ásia, é base da alimentação.

O arroz, juntamente com o feijão, constitui o principal alimento do povo brasileiro. Tomando-se por base os dados do quadro de suprimento da Conab, somando-se os dois produtos (arroz beneficiado e feijão), na safra 2012/13, o consumo deverá ser de 11,7 milhões de toneladas, ou seja, superior ao trigo, cuja previsão é o uso de 10,4 milhões de toneladas. Dada a sua relevância no abastecimento interno e na segurança alimentar da população, o arroz sempre teve grande importância na formulação e execução das políticas agrícolas e de abastecimento. É um dos produtos que o governo federal tem dado maior atenção, de modo que, quando ocorrem fatores conjunturais dentro do raio de ação dos instrumentos de apoio, o poder público tem sido presente.

Segundo os dados do FAS/USDA, a produção mundial de arroz será de 697,8 milhões de toneladas base casca ou 468,1 milhões de toneladas de arroz beneficiado. Para tanto, foram plantados 158,5 milhões de hectares, sendo esperada uma produtividade média de 4.328 quilos por hectare. Em comparação com a safra passada, haverá decréscimo na área destinada à orizicultura no mundo de 0,25%, em contrapartida haverá incremento de 0,40% na produção e de 0,66% na produtividade.

Na demanda mundial, foi previsto consumo de 470,2 milhões de toneladas de arroz beneficiado e exportações de 37,4 milhões de toneladas. Esses números representam, em relação à campanha anterior, aumento de 2,35% no consumo mundial, mas redução de 4,34% nas exportações. Haja vista que a produção e o consumo crescerão 1,9 milhão de toneladas e 10,8 milhões de toneladas, respectivamente, haverá decréscimo no estoque final de passagem em 2,2 milhões de toneladas (-2,08% em relação ao anterior). Como resultado, a relação estoque/consumo ficará em 21,97%, valor inferior ao observado na safra 2011/12 (22,96%).

A expressiva relação estoque/consumo da última safra e da atual é resultado da política intervencionista instaurada pelo governo tailandês. Esta política baseia-se na formação de estoque de passagem, objetivando a elevação do preço do arroz tailandês no mercado internacional. Logo, o resultado dessas compras governamentais, no maior exportador mundial dos anos 2000, reverberou negativamente na oferta e no volume transacionado no comércio internacional do arroz. Outro efeito relevante foi o acréscimo da participação indiana no comércio internacional, passando a Índia a ser o maior exportador mundial do produto nas safras 2011/12 (10,4 milhões de toneladas) e 2012/13 (8,1 milhões de toneladas).

No quadro 1, são mostrados os dados do quadro de suprimento para os principais players mundiais no mercado do arroz. A China, maior produtor mundial, não participa de forma ativa no comércio internacional, sendo a sua produção fortemente controlada pelo seu governo, o qual busca o equilíbrio entre oferta e demanda interna. Esse controle visa mitigar a dependência chinesa dos mercados externos, garantindo, juntamente com um alto estoque de passagem, a segurança no abastecimento do produto no país. Nos últimos anos, as importações e as exportações são usadas como pequenos ajustes da demanda e da oferta do arroz.

A Índia, maior exportador mundial atual e segundo maior produtor, sofreu uma redução de sua produção na safra 2012/13 de 4,3 milhões de toneladas. Em vista dos elevados preços observados no cenário internacional e objetivando a manutenção do alto fluxo de exportações apresentado pelo país no último ano, houve, no mercado indiano, um direcionamento de parte do estoque de passagem para o comércio internacional. Esse movimento, juntamente com o aumento do consumo em 1,7 milhão de toneladas, contribuiu para uma redução da relação estoque/consumo de 26,89% na safra 2011/12 para 24,21% na safra 2012/13.

Como informação relevante sobre o mercado do arroz indiano, cabe destacar que, após a crise dos preços dos alimentos e a forte preocupação com uma possível escassez de alimentos observada no final de 2007 e início de 2008, o governo indiano proibiu a exportação de algumas variedades deste produto. Essa política foi adotada com o objetivo de garantir a segurança alimentar no país. Com o recuo das expectativas pessimistas, o governo indiano decidiu retirar esse veto de exportação, o que consequentemente corroborou para um aumento da participação indiana no comércio internacional.

No rol dos países exportadores, a Tailândia, segundo maior embarcador mundial, apresentou elevação nos estoques de passagem, que passaram de 9,3 milhões de toneladas para 11,6 milhões de toneladas, o que representa uma alta de 24,73%. Com a estabilidade do consumo em 10,6 milhões de toneladas, a relação estoque/consumo atingiu 109,72%, patamar mais elevado na série histórica tailandesa. Frente a essa formação de estoque, a expectativa do mercado é que, em algum momento próximo, o governo terá que se desfazer de parte desses estoques (especialmente pelo fato do arroz estocado ser, em sua maioria, beneficiado). Com estas vendas, o preço do arroz mundial sofrerá uma pressão de baixa, o que seguramente repercutirá no mercado brasileiro.

Vietnã e Paquistão, importantes exportadores, elevaram produções em 2,21% e 4,61%, respectivamente. Sobre as exportações: o Vietnã lançou ao mercado 7,4 milhões de toneladas (queda de 3,89% frente à safra anterior; o Paquistão exportou 3,8 milhões de toneladas – alta de 8,57% sobre a safra anterior). Por último, nos EUA, o aumento das exportações em 6,25% (de 3,2 milhões para 3,4 milhões de toneladas) e do consumo interno em 14,28% (de 3,5 milhões de toneladas) influenciaram a redução dos estoques de passagem americanos para 900 mil toneladas, ocasionando retração da relação estoque/consumo para 23,37. Cabe destacar que o aumento da produção em 8,47% (aumento de 0,5 milhões, em termos absolutos) não foi suficiente para evitar a tendência de redução dos estoques frente à expansão do consumo e das exportações.

No grupo dos importadores, a Nigéria expandiu o consumo em 15,38% (de 5,2 milhões de toneladas na safra 2011/12 para 6,0 milhões em 2012/13) e sua produção em 7,40% (de 2,7 milhões de toneladas na safra 2011/12 para 2,9 milhões no ciclo 2012/13).

Haja vista o grande déficit entre oferta e demanda no mercado nigeriano, o país importou 2,9 milhões de toneladas na safra 2012/13. Esse montante importado representa queda de 9,37% se comparado com a safra 2011/12. Nos próximos anos, a tendência é que as importações nigerianas reduzam ainda mais, pois seu governo desenvolve programas que buscam a autossuficiência no mercado do arroz.

A Indonésia, tradicional importador, apresentou queda de 60% no volume importado (de 2 milhões de toneladas para 0,8 milhões de toneladas). Como resultado da redução, houve a destinação de significativa parte dos estoques de passagem ao consumo interno, gerando retração de 45,1% nos estoques. Logo, a relação estoque/consumo caiu para 6,98%, o menor patamar dos últimos sete anos. As Filipinas, país dependente de importações do arroz, manteve seu quadro de oferta e demanda constante, com leves alterações à safra 2011/12 em todas as variáveis.

No gráfico 1, são mostrados os comportamentos dos dados da produção, consumo, estoque de passagem e relação estoque-consumo de arroz para o período da safra 1973/74 até a previsão da safra 2012/13. Durante os anos 80 e 90, em função da produção maior que o consumo, o mundo acumulou volume expressivo de arroz. Ao iniciar o Século 21, na safra 2000/01, a produção totalizava 146,7 milhões de toneladas, ocasião em que a China tinha 97,4 milhões de toneladas (72,52% do consumo) em estoques. Naquela oportunidade, a China plantou 30 milhões de hectares, tendo colhido 131,5 milhões para um consumo de 134,3 milhões de toneladas.

Deve-se atentar, contudo, para os movimentos de alta e baixa nas séries, especialmente na produção – que é influenciada pelas interferências das políticas públicas, por decisões dos produtores em relação ao aumento ou diminuição de área plantada e por ações diretas dos efeitos climáticos e de pragas e doenças. Isso faz com que, havendo variação na produção, tendo em vista que o consumo é de certa forma mais estável, haja variações no comportamento das curvas de estoques finais e da relação estoques-consumo, fato esse retratado no gráfico.

Buscando mostrar a correlação entre os estoques de passagem mundiais, a produção e os preços nas duas principais praças de formação de comércio externo do arroz, é apresentado o gráfico 2. De certa forma, pode-se afirmar que, em momentos de estoques elevados e de produção similar ou superior ao da safra anterior, os preços tendem a sofrer decréscimos. É certo que existem vários fatores que interferem na formação dos preços de mercado de quaisquer produtos, como exemplo pode-se citar o ocorrido no ano de 2008 no mercado do arroz, no qual existiam suspeitas de que haveria falta desse grão. Frente às expectativas pessimistas, alguns países do leste asiático resolveram restringir as exportações, enquanto outros buscavam antecipar as compras externas.

Como consequência, houve aumento exacerbado nos preços, de modo que em maio atingiram a média de US$ 1,024 por tonelada ao tailandês 100%B e de US$ 988 para o americano tipo 2, com 4% de quebrados. Desde então, tendo o mercado percebido o equívoco, o preço recuou de modo que, em dezembro, valia 51,37% (US$ 564 por tonelada) e 65,99% (US$ 553) daqueles valores, respectivamente.

Após os eventos tratados anteriormente, os preços internacionais mostraram quão fraco estavam e iniciaram o movimento de queda, cujos menores preços, depois da safra 2007/08, foram US$ 523 e US$ 506 por tonelada para o arroz americano e tailandês, respectivamente, nas safras 2008/09 e 2009/10. Esse enfraquecimento se deu pela elevação do volume de estoques de passagem com a safra produzindo em quantidade suficiente para atender a demanda. Atualmente, observa-se relativa estabilidade nos preços nos principais mercados, com exceção do mercado norte-americano (cotado em US$ 633 em março de 2013), que apresenta uma valorização anualizada de 25,34%. No mercado tailandês, a cotação do grão de US$ 549 representa uma desvalorização de 2,13%, resultado que ilustra o insucesso da política intervencionista do governo tailandês, cujo objetivo inicial era a valorização do arroz a US$ 800 por tonelada.

MERCOSUL
Com base nos dados divulgados pelo FAS/USDA e expostos no quadro 2, os países integrantes do Mercosul deverão produzir na safra 2012/13 o total de 15,3 milhões de toneladas de arroz em casca (evolução de 12,7% desde a safra 2006/07), sendo o Brasil responsável por 77,97% da produção do bloco. Argentina e Uruguai, segundo a estimativa, produzirão 1,5 milhão de toneladas e 1,4 milhão, respectivamente. Estes países, na série histórica da balança comercial brasileira, se apresentam como mercados importadores, suprindo, quando necessário, os déficits brasileiros entre a oferta e a demanda interna. Mais recentemente, o Paraguai, com uma produção estimada de 0,4 milhões de toneladas para a próxima safra, apresenta-se como supridor parcial da demanda por arroz das indústrias localizadas na Região Centro-oeste. A demanda brasileira por arroz paraguaio elevou-se principalmente pelo alto custo logístico de escoamento da produção da Região Sul e da recente retração da produção do Centro-oeste.

O Brasil destaca-se como maior mercado consumidor do Mercosul, com uma demanda estimada de 11,6 milhões de toneladas. Os outros integrantes do bloco econômico não possuem uma forte cultura de consumo do produto, sendo as suas produções, em grande parte, destinadas ao mercado internacional (o Brasil é o mais importante destino). Sobre as exportações brasileiras, estimadas em 1,1 milhão de toneladas, o principal destino são países não pertencentes ao grupo, com destaque para nações africanas.

As estimativas do USDA sobre estoques de passagem divergem das estimativas realizadas pela Conab (em 1,43 milhão de toneladas) para a safra 2012/13 para o Brasil. Segundo o USDA, o estoque de passagem da próxima safra será de 0,7 milhões de toneladas. Na Argentina e no Uruguai, os estoques expandirão em relação à safra passada em 14,4% e 676,9%, respectivamente. Na ótica absoluta dos estoques argentino e uruguaio, ambos possuirão baixos números, porém na ótica relativa (razão estoque-consumo), ambos possuirão elevados números. Como observação, cabe destacar que o valor do estoque brasileiro estimado pelo USDA foge da realidade atual, pois apenas os estoques públicos ultrapassam o montante de 1 milhão de toneladas de arroz.

O gráfico 3 mostra os preços do arroz beneficiado 100%B, produzido e exportado pela Tailândia, e o produto argentino (5% de quebrados). Embora sejam dois mercados produtores e com clientes diversos, nota-se que o comportamento das curvas de preços segue quase sempre o mesmo padrão. O gráfico demonstra a intercomunicação entre os mercados de arroz, ou seja, evento ocorrido no leste asiático pode refletir no mercado brasileiro.

Analisando o mercado brasileiro, observa-se o crescimento apresentado pela orizicultura nos últimos anos. Entre as safras 1990/91 e 2012/13, a produção expandiu-se 20,53%, com aumento da produtividade. O grande impulsionador do crescimento foi o Rio Grande do Sul, com alta de 96,55% na produção entre as safras 1990/91 e 2012/13.

Com o decorrer dos anos, o setor tem apresentado mudanças importantes com o deslocando da produção, concentrando-se em região específica (RS e SC). Em 1990/91, o RS participava com 40,55% da produção, seguido do MA com 9,86%, por MG com 8,44%, SC com 6,88%, GO com 5,44%, MT com 4,99% e os demais com 23,84%. Na safra 2011/12, a produção foi distribuída pelo RS com 66,72%, SC com 9,29%, MT com 3,98%, MA com 4,03%, GO com 1,50%, MG com 0,55% e os demais com 13,90%. Em termos de regiões geográficas: o Sul passou de 49,42% para 77,45%, ou seja, incremento de 56,70%; o Sudeste passou de 13,70% para 1,33%, redução de 90,27%; no Centro-oeste, saiu de 12,82% para 6,42%, redução de 49,94%; Nordeste, de 16,84% para 6,63%, redução de 60,63%; e Norte, de 7,22% para 8,17%, aumento de 13,14%. No quadro 3, é exposto o comparativo de área, produtividade e produção para as safras 2011/12 e 2012/13 no Brasil e nos principais estados produtores.

CONSUMO
Ao analisar o consumo no Brasil, segundo dados do IBGE, a maior demanda pelo arroz no país se concentra nas regiões Sudeste e Nordeste, áreas de maior concentração populacional. Em face da maior parte da produção brasileira estar localizada na Região Sul, os valores pagos nos mercados varejistas e atacadistas no restante do Brasil são majorados, já que o custo logístico de deslocamento da produção é significativo na formação dos preços. Outro desafio da concentração da produção é a maior suscetibilidade à variabilidade do montante colhido pelo país frente a ataques de pragas, doenças e alterações climáticas. Neste sentido, considerando o período compreendido entre as safras 1990/91 até 2011/12, a safra brasileira apresentou quebras em razão de problemas climáticos no Sul em cinco delas, ou em 23,81%, o que é relevante. Contudo, o desenvolvimento da orizicultura na metade sul do estado do Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina se deu pelas condições edafoclimáticas excepcionais existentes na região para esse tipo de cultura, daí uma grande vantagem competitiva.

O gráfico 5 apresenta os preços médios semanais ao produtor no RS. Na safra 2011/12, os preços de mercado operaram abaixo do preço mínimo estabelecido. Esse desaquecimento no preço foi essencialmente resultado do excesso de oferta na safra em questão. Na safra 2012/13, a cotação do arroz aqueceu, atingindo em meados de 2012 o patamar recorde de R$ 38,19 por saco de 50 quilos. Esta alta nos preços foi resultado da baixa produção da Região Sul (Brasil), Uruguai e Argentina. Como já citado, os dois países destacados configuram importantes supridores de oferta para o Brasil. Outro fator que exerceu pressão de alta nos preços foi a política de compras governamentais tailandesas.

A expressiva alta observada a partir de meados da safra 2012/13 foi parcialmente dissipada com o início da colheita, porém essa tendência de queda foi revertida já no início da janela de análise da safra 2013/14. A formação de estoque do montante colhido por parte da cadeia produtiva, reduzindo a oferta do grão, em busca de preços atrativos na entressafra aparece como fator significativo na antecipada dinâmica de reversão de tendência dos preços. Analisando as outras regiões do Brasil, observa-se que na maioria das praças o mercado segue movimento semelhante ao do mercado gaúcho. Para a próxima safra (2013/14), todavia, a expectativa é de que os preços mantenham-se acima dos estabelecidos nos específicos preços mínimos de cada região, garantindo uma boa rentabilidade para o setor.

Ao analisar o quadro 4, de rentabilidade das diferentes culturas, observa-se que a previsão de rentabilidade (margem bruta/receita) do arroz de sequeiro para a próxima safra é estimada em 36,83% . Na comparação com a rentabilidade da soja, que é estimada em 48,81%, nota-se a grande disparidade de rentabilidade entre as culturas. Em relação ao milho, outro bem substituto do arroz na ótica do produtor, observa-se a rentabilidade prevista de 25,97% para a safra 2012/13, sendo este retorno inferior ao estimado para o arroz de sequeiro. Ou seja, utilizando o município de Sorriso como proxy para estas estimações, conclui-se que a forte concorrência da soja por área de plantio tem desestimulado o plantio de arroz nas regiões N, NE, CO e SE. Segundo o mesmo estudo, para que as rentabilidades de soja e arroz sejam equivalentes, é necessário que o preço do arroz esteja por volta de R$ 62,00 a saca de 60 quilos.

Na Região Sul, a rentabilidade prevista para a safra 2012/13 do arroz irrigado é de 34,78%. Apesar dos patamares de retorno entre o arroz de sequeiro do MT e do arroz irrigado do RS serem próximos, no RS não há necessidade de estímulo da produção, sendo a região amplamente abastecida pelo arroz. Outro fator a ser ponderado é que, no RS, uma expressiva parte da produção do arroz está localizada em áreas inóspitas para o desenvolvimento de outras culturas, logo, a pressão para a substituição da produção por culturas concorrentes é baixa.

No gráfico 6, analisa-se a evolução dos preços do arroz ao consumidor na cesta básica para diferentes capitais. O preço em Porto Alegre observa-se, na maior parte do tempo, abaixo das outras duas capitais. Este resultado é esperado – pois o mercado consumidor, nesse caso, encontra-se próximo dos maiores produtores nacionais. Em contrapartida, Salvador e São Paulo, mercados dependentes do abastecimento de arroz de outras regiões produtoras, apresentaram preços mais elevados, pois o custo logístico de deslocamento do produto foi preponderante na majoração dos preços. Logo, uma diversificação das áreas produtoras e a subsequente redução das distâncias entre os produtores e o consumidor final (menor custo logístico) acarretarão – em determinadas regiões do país – em um produto de valor mais acessível na gôndola do supermercado.

Por último, cabe destacar que a expansão – a novas áreas – da produção nacional de arroz deve ser coordenada com um inserção do produto brasileiro de forma contínua no mercado internacional, para que o excesso de produção não exerça intensa pressão de baixa sob os preços. Dessa forma, haverá segurança de abastecimento no país juntamente com uma oferta e demanda equilibrada, assegurando à cadeia produtiva do arroz a rentabilidade necessária.

Sérgio Roberto Gomes dos Santos Júnior
Analista de Mercado/Conab

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