A força dos grandes
Produção nacional concentra-se 90,2% em cinco estados
Cinco estados brasileiros, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão, nessa ordem, representam 90,2% de toda a produção nacional de arroz. Juntos, somam área total de 1,340 milhão de hectares, produtividade média de 5.418 quilos por hectare e uma produção de 9,381 milhões de toneladas na temporada 2023/24, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de junho de 2024.
A produtividade não é maior porque entra na média o arroz das zonas de sequeiro e baixa tecnologia do Maranhão, inferiores a duas toneladas/ha, e rendimentos do Mato Grosso, abaixo de 4 t/ha, frente a rendimentos superiores a 8 t do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
Fora da zona irrigada de alta produtividade do Sul, o destaque é o estado do Tocantins, que elevou em 25,9% a área semeada, de 88,1 mil para 110,9 mil hectares na atual temporada. O clima adverso, principalmente no início do ciclo, que gerou também maior pressão de doenças fúngicas, como a brusone, e ocorrência de pragas, reduziu a produtividade média em 5,6%, de 6.044 quilos para 5.702 quilos por hectare.
O avanço de área semeada elevou em 18,8% a produção, para 632,4 mil toneladas, consolidando a terceira maior área de arroz do Brasil. O clima estável em maio favoreceu a maturação e o avanço da colheita. O uso do arroz em segunda safra, semeado em sucessão da colheita de soja e milho de primeiro ciclo, evoluiu.
Terras Altas
O Mato Grosso, quarto maior produtor, confirmou a boa perspectiva. Houve importante aumento na área plantada em comparação à temporada anterior, o que compensou, em parte, as perdas produtivas também em relação a 2022/23, causada por oscilações climáticas e intempéries em fases crucias do ciclo da cultura.
O Mato Grosso plantou 95,4 mil hectares, 27,4% a mais que no ano passado, mas reduziu em 4,9% a produtividade por área, para 3.521. Ainda assim, colheu 335,9 toneladas, com avanço de 21,1%.
Com a colheita a 80% em junho, o Maranhão deverá colher mais. Na Baixada Maranhense, no Norte e no Médio Mearim, o arroz em sistema de cultivo sequeiro foi favorecido com cultivares melhoradas e inundação pela água das chuvas, o que deixou pequenos e médios produtores otimistas com a produtividade.
Sequeiro
No Sul do Maranhão, a colheita do sequeiro, em abertura de área de soja ou cultivado na agricultura familiar, teve problemas. A área plantada reduziu 8,4%, para 86,7 mil hectares, com o atraso das chuvas e ausência do programa Mais Sementes, do Estado.
Com maior presença das áreas favorecidas, a produtividade subiu 10,5%, para 2,2 mil quilos por hectare, e a produção projetada é de 191,1 mil toneladas, aumento de 1,3% sobre 2023. Representa 1,83% da colheita brasileira.