A hora da qualidade

 A hora da qualidade

O consumidor determina o futuro do arroz.

A cadeia produtiva do arroz no Brasil está consolidando alguns conceitos de qualidade que provocaram uma verdadeira revolução no processo produtivo. Da lavoura ao prato, cada elo da cadeia arrozeira envolvida no processo precisou ajustar-se às novas tendências, determinadas pelos modernos conceitos de qualidade estabelecidos pelo consumidor. Com a concorrência do Mercosul e um salto de produtividade nas lavouras irrigadas do sul do Brasil, nos últimos anos o arroz se tornou um produto barato.

Somado a um aumento de renda das classes menos privilegiadas, houve uma migração de consumo do tipo 2 para o tipo 1. As classes A e B passaram a buscar produtos diferenciados e superiores, demanda que a indústria soube interpretar quando criou o tipo extra, ainda não regulamentado por lei, mas já estabelecido pelo mercado. O setor industrial passou a cobrar produtos melhores dos agricultores. E remunera por isso.

Salto – Seguindo essa tendência de maior grau de exigência do consumidor, o produtor busca as melhores variedades, o melhor manejo, menor impacto ambiental e mais produtividade. Tecnologias, enfim, que lhe garantam rentabilidade mesmo diante da volatilidade do mercado brasileiro. A indústria paga mais pela qualidade superior, seleciona as melhores variedades e grãos em suas marcas de ponta e busca máquinas e equipamentos mais sofisticados e modernos sistemas de armazenagem para evitar perdas. E lança marcas e produtos de alto valor agregado, de preparo rápido, como alternativas ao fast-food, concorrente direto do velho e bom arroz com feijão.

Padrão – A pioneira no gênero foi a Pirahy Alimentos, indústria de São Borja (RS), que lançou o tipo extra com a marca Prato Fino. “Identificamos uma demanda por produto de qualidade superior e criamos uma marca para atender esse mercado”, explica o diretor Celso Rigo. O sucesso da marca estabeleceu novo tipo de relação comercial entre indústria e produtor.

Como prioriza as variedades BR Irga 409 e Irga 417, a Pirahy passou a pagar mais por produtos dessa variedade, conforme sua qualidade. A valorização tornou-se um padrão no Rio Grande do Sul e produtores e indústrias tiveram que se adaptar a uma nova realidade, separando as variedades no armazém, para garantir diferencial de preço. Até então, a mistura no graneleiro era comum. 

 

Demandas de qualidade

O que o consumidor quer no arroz:

1 – Soltinho
2 – Sem cheiro
3 – Translúcido (sem gessado ou aristas)
4 – Uniformidade visual e de cozimento
5 – Produtos de preparo rápido
6 – Preço 

O que a industria quer (branco polido)?

1 – Variedades BR Irga 409 e Irga 417
2 – Produto de alto rendimento de engenho
3 – Produto com poucos defeitos aparentes
4 -Arroz separado por variedade
5 – Fidelização dos fornecedores e clientes

O que o supermercado quer?

1 – Preço
2 – Produto com bom aspecto visual
3 – Marcas top
4 – Marcas populares
5 – Produtos alternativos, novidades e marketing

O que o produtor quer?

1 – Variedades mais produtivas, tolerantes às pragas e de maior percentual de inteiros
2 – Preços

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