A hora é essa

 A hora é essa

Paraguai amplia e agrega qualidade às suas colheitas

Com os EUA fora do mercado, Brasil e o
Mercosul podem avançar posições na região
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 Enquanto semeia a sua próxima safra até o final de maio e tem apenas estoques residuais e em mínimo volume para vender, os Estados Unidos estão abrindo um flanco para que o Mercosul fortaleça suas posições exportadoras nas Américas, no Caribe e em algumas regiões da África, da Europa e do Oriente Médio. Os Estados Unidos são o grande exportador mundial de arroz fora da Ásia e principal competidor do Mercosul.

O momento é ótimo para o Brasil e o Uruguai, que têm saído na frente nas vendas internacionais.

O Paraguai, que aumenta suas colheitas ano a ano, arrancou bem na comercialização com a venda de aproximadamente 150 mil toneladas para terceiros países em plena colheita – encerrada em março -, mas a seca histórica no Rio Paraná está impedindo o escoamento da safra, o que acaba lhe obrigando a focar mais no mercado brasileiro, onde coloca anualmente 65% da sua produção. Porém, no Brasil o câmbio, na faixa de R$ 5,50 por dólar e os preços domésticos oscilando entre US$ 9,90 e US$ 10,50, não são tão favoráveis ao produto paraguaio.

Com o grande competidor fora de combate, o Mercosul aproveita o momento para ampliar seu mercado. Países da América Central, como a Costa Rica, e da América do Sul, feito o Peru, estão reduzindo as taxas de importação e o México retirou uma série de exigências sanitárias que constavam apenas como desculpa a uma barreira econômica do arroz brasileiro e uruguaio.

O Paraguai, que arrancou bem nas vendas para terceiros países no início do ano, embora tenha uma das maiores frotas de barcaças do mundo para escoamento, enfrenta problemas com a seca do Rio Paraná, que afeta seus embarques internacionais. Poderia ser pior. Sem as compras de pânico por causa da pandemia, os preços brasileiros estavam em queda e poderiam estar bem abaixo dos atuais patamares.

O Uruguai, ainda segundo informações extraoficiais do Instituto Siglo XXI, ligado ao governo, anunciou um avanço de cerca de 30% nas exportações de arroz em abril. O Brasil, até 5 de maio, não havia divulgado os seus números, mas tendia a confirmar um aumento exponencial em seus embarques. Na Argentina, no entanto, as primeiras informações são de maiores dificuldades para realizar os embarques por problemas na navegação interna e o lockdown relativo à pandemia de covid-19. O vírus alterou completamente as relações globais do mercado do arroz.

QUESTÃO BÁSICA
Com a Ásia mais seletiva e os Estados Unidos praticamente fora de mercado, o Mercosul tornou-se a principal opção de abastecimento de muitos países e está aproveitando. Apesar de plantar uma das menores áreas em muito tempo, os quatro países do ConeSul americano colhem uma safra maior do que em 2019. Isso porque as produtividades aumentaram. “Acreditamos que isso pode impulsionar as vendas e assegurar um preço médio superior”, informa Alfredo Lago, presidente da Associação de Cultivadores de Arroz do Uruguai, país que plantou uma das menores áreas em décadas.

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