A transformação e o futuro da lavoura de arroz e do arrozeiro

 A transformação e o futuro da  lavoura de arroz e do arrozeiro

 Feito todas as atividades, mudanças importantes aconteceram no perfil da orizicultura nos últimos tempos. Tínhamos, há 20 anos, uma lavoura construída de forma bastante artesanal em comparação com a atualidade. Muita mão de obra utilizada em todas as etapas: drenagem, preparo do solo, nivelação, entaipamento, semeadura, aplicação de defensivos e fertilizantes, irrigação, todas elas realizadas em um curto espaço de tempo, que hoje chamamos de “janela”, e em uma primavera normalmente chuvosa. Era uma guerra!

O arrozeiro foi forjado por esta rotina intensa, sem horário, sem agenda, sem folga e sem descanso.

O avanço dos custos da lavoura, associado ao envelhecimento da mão de obra, sem reposição, foram alguns desafios que trouxeram a orizicultura, gradativamente, ao que ela é hoje: mecanização avançada, estratégias de manejo, técnicas de construção da lavoura com maior qualidade em uma janela que sempre foi pequena. E o arrozeiro se transformou em produtor rural.

Com grandes investimentos, praticamos, hoje, rotação de culturas, integração lavoura-pecuária, melhorias nas infraestrutura das lavouras, qualificamos a mão de obra, tudo isso alavancados por pesquisas de qualidade desenvolvidas pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Embrapa, universidades e empresas privadas.

TENDÊNCIAS E DESAFIOS
O que esperamos para o futuro da lavoura de arroz?

A evolução tecnológica se faz dia a dia, porém precisamos evoluir para custos menores, estabilidade de produção e, principalmente, oferta regrada, com introdução de contratos futuros com preços pré-fixados. Atingiremos, com isso, a tão sonhada estabilidade de renda.

Precisamos quebrar a atual lógica de aumentar a área quando temos preços bons. Não se trata de utopia, mas do nosso próprio amadurecimento como produtores.

Temos, atualmente, entidades que nos representam, como é o caso da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul e da Federação das Associações de Arrozeiros (Federarroz), mais maduras na defesa do produtor e da produção. São elas capazes de levar ao grande público as verdades sobre quem somos e o que produzimos.

A intensificação do trabalho na área de comunicação vai, com certeza, valorizar as atividades do setor primeiro. Sim, somos primeiros, não primários.

Atuação da pesquisa junto às indústrias de beneficiamento de arroz é fundamental para a criação de novas formas de consumo deste cereal. E o Irga tem muito a oferecer nesta área.
Por fim, nossa classificação ambiental junto à Agência Nacional das Águas (ANA), como altamente poluentes, precisa ser revista. Trabalhos científicos provam o contrário.

Pelo exposto, apesar de muita evolução nas últimas décadas, ainda temos muito a evoluir nos próximos 20 anos.

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