A ver navios

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Exportação: determinante para o equilíbrio do mercado

Conab projeta superávit na balança comercial, mas cenário precisa mudar

Em 2020, a tempestade perfeita que reuniu câmbio favorável, forte demanda internacional, preços internos competitivos, competidores com baixos estoques e uma boa colheita assegurou um resultado histórico na balança comercial. Na temporada 2021/22, os cenários, mesmo os otimistas, indicam relação mais enxuta. A Conab projeta de janeiro a dezembro de 2021 – não considera mais o ano comercial, de março a fevereiro – embarques que somam 1,3 milhão de toneladas, importações em 1,1 milhão e saldo de 200 mil toneladas.

Ainda que os primeiros números do ano sejam melhores que igual período de 2020, o cenário é diferente. O Brasil iniciou o ano comercial (março/abril) vendendo mais que comprando no mercado externo, mas os grandes volumes negociados – exceto duas cargas em casca para a Costa Rica, são de quebrados. O câmbio não é tão favorável, preços internos acima da paridade em maio, a colheita nacional maior, o Mercosul, apesar da quebra no Paraguai, tem grandes excedentes. O Uruguai, por exemplo, até maio vendeu 35% menos, embora faturado 30% a mais.

Para complicar, a demanda internacional caiu e, pelos preços, busca fornecedores da Ásia, casos de Cuba, Venezuela, Iraque e África. Os Estados Unidos, concorrente do Mercosul, tem estoques maiores. Os preços internos e o câmbio reduziram a janela de vendas do primeiro semestre, quando o Brasil tem espaço para exportar.

O país precisa ter preços competitivos, dólar favorável e demanda internacional. Qualidade e produto tem. Houve equilíbrio na balança comercial em abril. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o primeiro bimestre do ano comercial encerrou com superávit de 39,8 mil toneladas. No ano passado, em igual período, houve déficit de 33,8 mil toneladas.

Fique de olho
Em maio, pelo menos dois embarques foram realizados nos terminais graneleiros do Porto de Rio Grande. No dia 13 de maio, o navio Chintana Naree zarpou com 26.676 toneladas em casca, com destino à Costa Rica, em operação da TRC/RiceBrazil. Já no dia 19 de maio partiu o barco Vicent Triton, com 10 mil toneladas de quebrados de arroz (equivalente casca), para Roterdã, na Holanda. Somaram 36.676 toneladas. Esses números consideram apenas o carregamento nos terminais graneleiros constantes na line up do porto, ou seja, não foram computados embarques em contêineres.

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