Ajuste fino

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Peso de grão: variedade Cambará faz toda a diferença na produção do Centro-oeste

Produção do Mato Grosso é menor, mas tem muito mais qualidade agora.

Uma revolução tecnológica acontece nos campos de arroz do Mato Grosso. O maior produtor do cereal em sistema de terras altas conseguiu superar as duas maiores limitações impostas ao arroz do Cerrado: qualidade de grãos e o manejo adaptado ao sistema de plantio direto nas chamadas áreas velhas. São lavouras que precisam de rotação de culturas para recomposição de nutrientes do solo e quebra de ciclo de pragas, doenças e invasoras ou para regeneração de pastagens degradadas.

A variedade AN Cambará, da AgroNorte Sementes, é responsável por um salto de qualidade e produtividade nos grãos. Com essa cultivar a produtividade passou de seis toneladas em algumas lavouras, um recorde sequer imaginado há cinco anos no Mato Grosso, quando quatro toneladas era motivo de festa. O rendimento de engenho chega fácil a 62×6, fato inédito no Cerrado.

“É uma variedade que confere um nível de qualidade que só era possível com importação de arroz do Sul e responde com produtividades ainda mais altas de acordo com o nível tecnológico e de manejo que é aplicado”, diz o diretor comercial da AgroNorte, Mairson Santana.

O 8º Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirma a tendência: mesmo com a redução de 12% na área plantada na safra 2009/10, a queda de produção foi amenizada para 7,6% pelo ganho em produtividade. A lavoura mato-grossense reduziu 33,6 mil hectares, de 280,6 para 247 mil hectares. Contudo, a produtividade evoluiu 143 quilos, ou 5%. Saltou de 2.865 para 3.008 quilos por hectare.

Apesar da safra menor e o maior rendimento, isso representou melhor preço. Sem logística para o arroz e colhendo a maior safra de soja da sua história, o Mato Grosso teve médias para o arroz abaixo dos últimos anos por falta de armazéns. Os produtores foram obrigados a vender. A oferta, em plena safra, pressionou os preços para baixo.

DIFERENÇA
As cultivares não fazem a diferença sozinhas. Nos últimos cinco anos os centros de pesquisas desenvolveram um formato de manejo eficiente para áreas velhas e regeneração de pastagens degradadas. As novas recomendações de fertilização, controle de doenças, pragas e invasoras, modelos de colheita e pós-colheita também mudaram o perfil produtivo do Centro-oeste.

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