Ano começou com baixo movimento comercial
Em março os preços mundiais se mantiveram firmes influenciados pelos preços indianos, vietnamitas e estadunidenses. Já os preços tailandeses baixaram novamente, mas tendendo a subir no final de março devido a uma revalorização da moeda local, o bath, frente ao dólar. No Paquistão, os preços se retraíram em função da forte competição na categoria de arrozes não aromáticos. Os exportadores asiáticos esperam incrementar suas vendas em 2017. Mas, por enquanto, a maioria deles registra um atraso de embarques entre 10% e 20% em relação ao ano anterior na mesma época. “A demanda de importação deve se reativar nos próximos meses, especialmente no Oriente Médio e na África Subsaariana. Espera-se assim que o comércio mundial em 2017 aumente 3,5% em relação a 2016”, diz Patricio Méndez del Villar, do Cirad, da França, em seu boletim mensal do mercado mundial – InfoArroz. Em março o índice Osiriz/InfoArroz (IPO) subiu 2,6 pontos, para 184,7 pontos (base 100 = janeiro 2000) contra 182,1 pontos em fevereiro. No início de abril o índice IPO se mantinha firme em torno de 186 pontos, com ligeiro avanço.
Entre os países/regiões com maior relevância para os mercados interno e externo do Brasil é importante destacar que nos Estados Unidos os preços de exportação se mantiveram firmes em março, subindo 2%. As perspectivas de plantio para a nova temporada indicam uma possível contração das áreas arrozeiras, segundo Patricio Méndez del Villar. Os preços de mercado podem continuar subindo nos próximos meses. O preço indicativo do arroz long grain 2/4 foi cotado a $ 463 por tonelada contra $ 453 em fevereiro. Na Bolsa de Chicago os preços futuros do arroz em casca subiram 2,2%, marcando uma média mensal de $ 215 por tonelada contra $ 210 em fevereiro. No início de abril os preços futuros se mantinham em torno de $ 217 por tonelada.
No Mercosul, os preços externos subiram 1% novamente, mas se espera que comecem a baixar à medida que a nova safra chegue ao mercado. Os excedentes exportáveis devem ser maiores este ano devido a um aumento na produção regional de 7% em relação a 2016, mas ainda abaixo do nível recorde de 2014/15. No Brasil, as exportações diminuíram. Em março, o preço indicativo do arroz em casca brasileiro caiu 14%, para $ 270 por tonelada contra $ 315 em fevereiro. No início de abril o preço do arroz em casca caiu para $ 255 por tonelada.
Na África Subsaariana a produção melhorou especialmente na África Ocidental graças à expansão das áreas arrozeiras e um bom índice de chuvas. No entanto, as importações também estão subindo a uma taxa anual de 2%.
O nível das importações em 2016 foi, no entanto, um dos mais baixos na Nigéria, Costa do Marfim e Senegal, tradicionais mercados dos quebrados de arroz brasileiros. Em 2017, as primeiras projeções indicam, por ora, um aumento de 2% nas importações.