Arroz concreto

 Arroz concreto

Milton Ferreira de Souza prega a implantação de termelétricas no RS para produzir energia e sílica, gerando empregos e mais valor à orizicultura e protegendo o ambiente.

Da lavoura para a construção civil, a casca começa a projetar-se como matéria-prima

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Um dos principais rejeitos industriais do arroz, a casca, esta se tornando numa alternativa de matéria-prima para a produção de cimento de alta qualidade e resistência. A presença de uma concentração de sílica na casca do arroz não chega a ser uma novidade para os cientistas. A sua extração e transformação, sim, são uma tecnologia completamente nova que pode revolucionar não só a construção civil, mas também o aproveitamento do subproduto da indústria arrozeira e a geração de energia.

O professor de Física Mil­ton Ferreira de Souza, que atua na USP e no Instituto de Física de são Carlos, e seu colega Jefferson Libório, da Fapesp, também de são Carlos, desenvolveram uma tecnologia que abre um caminho promissor para o aproveitamento da casca e palha do arroz em um concreto de alta qualidade e resistência. A planta do arroz retira do solo e deposita nas folhas e na casca do grão uma apreciável quantidade de sílica. Na casca seca a quantidade chega até 20% do seu peso, variando de acordo com as características da planta, solo e clima.

Considerando-se uma produção de cinco milhões de toneladas anuais no RS, o arroz extrai do solo, anualmente, aproximadamente 200 mil toneladas de sílica, uma vez que a casca também corresponde a 20% do peso do arroz. A matéria orgânica, que corresponde a quase 80% da casca, pode ser empregada como uma excelente fonte renovável na geração de energia elétrica. "Sendo o RS um grande produtor de arroz, deveria estar integrado a fronteira das pesquisas nesta área", explicou. Segundo Souza, as termelétricas poderiam gerar pelo menos dois produtos: energia elétrica e sílica. A pesquisa que e desenvolvida na Fapesp desenvolve um processo capaz de dar valor econômico a sílica, melhorando a sua qualidade.

 

NOVOS PRODUTOS 

O que está sendo feito com arroz

ARROZ PROCESSADO:
Enriquecido com vitaminas
Enriquecido com cálcio Integral de cozimento rápido
Instantâneo
Saborizado e colorido

BEBIDAS
Saquê com baixo teor alcoólico
Mingau
Bebidas isotéricas ou calóricas

COMIDA
Cereais matinais Noodles (macarrão de arroz)
Pão
Snacks
Farinha pré­gelatinizada

USOS NÃO-ALIMENTÍCIOS
Polímeros
Cimento Portland
Adubo
Energia

VITAMINADO
Ultra Rice

FARELO
Óleo
Fonte de fibra

OUTROS
Pasta
Sorvete

EXTRUSADOS
Farinha instantânea
Pellets

PRODUTOS ELABORADOS
Arroz com temperos
Arroz de cozimento rápido
Biscoitos

OPORTUNIDADES FUTURAS
Amido resistente de arroz quebrado/substituto de gorduras
Novos produtos hipoglicêmicos/substitutos de gordura
Novos produtos a base de arroz similares a batata frita em palito
Concentrado protéico
Massa líquida a base de arroz
Produtos extrusados para controle biológico
Subprodutos de arroz como carvão ativo
Amido resistente a base de arroz
Estabilização de produtos a base de arroz integral
Estabilização de farelo de arroz para utilização em produtos alimentícios

USOS TRADICIONAIS
1. Casca
Premix
Combustível biológico
Papelão (como substituto de madeira)
Gaseificação/pirólise
Cama para animais
Alimento para gado
Tijolos
Química (etanol, precursor de polímeros)
Produção de aglomerados e compensados

2. Palha
Combustível biológico
Papelão e papel
Palha (para o controle de erosão)
Enchimento para embalagens
Alimento para gado
Composto para cultivo de cogumelos
Gaseificação / pirólise
Química (etanol, precursor de polímeros)

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