Arroz japonês!
I A sensibilidade e a técnica da comunidade de agricultores de Inakadate, na província de Aomori, no Japão, transformaram os campos de arroz em verdadeiras obras de arte, combinando diferentes tipos de plantas com distintas cores de folhas deste cereal. Vistas do alto se revelam lindos e gigantescos quadros, que demonstram o domínio dos agricultores artistas, em um colorido todo especial. As obras atraem anualmente mais de 150 mil turistas ao vale, com imagens famosas da cultura popular, como samurais, ou mesmo Napoleão Bonaparte, o imperador francês.
II A tradição começou em 1993, quando os moradores do local começaram a pensar em maneiras de atrair visitantes. Eles começaram com trabalhos pequenos e hoje em dia já chegam a fazer desenhos em áreas de 15 mil metros quadrados, como a reprodução de “The great wave off Kanagawa”, um dos trabalhos mais famosos do artista nipônico Katsushika Hokusai.
SERRA DOURADA
Os orizicultores de Goiás, no Centro-oeste brasileiro, terão nova alternativa de cultivar para suas lavouras na próxima safra. Trata-se da BRSGO Serra Dourada, variedade para o sistema de terras altas, desenvolvida no sistema chamado melhoramento participativo, em conjunto com pequenos produtores, pela Secretaria de Agricultura do Estado de Goiás (Seagro), a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Embrapa Arroz e Feijão (CNPAF). A Serra Dourada tem média produtiva de 3,5 mil quilos/hectare e o rendimento industrial médio alcança 56% de grãos inteiros. Na safra 2009/10 estão disponíveis 28 mil quilos de sementes. A variedade tem destacada resistência à brusone, uma das principais doenças que atacam a cultura.
GENÉRICO
O Governo tailandês analisa se o arroz aromático recém-desenvolvido pelos americanos, chamado Jazzman Rice, similar ao Jasmine, famoso arroz premium tailandês, viola qualquer direito de propriedade intelectual. O arroz aromático da Tailândia (Thai Jasmine Rice ou Thai Fragrant Rice) é reconhecido mundialmente como de classe superior por seu grão longo, aroma exclusivo e sabor suave. A polêmica começou quando o Centro de Agricultura da Universidade da Louisiana anunciou que desenvolveu nova variedade de arroz aromático, a LA2125, que tem uma fragrância muito semelhante, grão macio e qualidade similar à do arroz Jasmine, e denominou-o Jazzman Rice.
No meu prato, não!
I Ativistas da organização não governamental (ONG) ambiental Greenpeace protestaram em Brasília, no dia 15 de outubro, contra a liberação comercial no Brasil do arroz transgênico Liberty Link, da Bayer. O protesto ocorreu em reunião da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), responsável pela análise do pedido. O arroz seria o primeiro transgênico a ir direto para o prato do brasileiro, pois praticamente 100% do cultivo é destinado à nutrição humana, segundo o coordenador da campanha do Greenpeace, Rafael Cruz. Fantasiados com tyvek, roupa utilizada por aplicadores de agrotóxicos em plantações, os 10 manifestantes seguravam uma faixa com a frase: “Dilma, veneno no meu prato, não!”.
II O movimento apelou para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que presidente o Conselho Nacional de Biossegurança. O CTNBio tem competência para liberar o plantio e a comercialização dos transgênicos, mas, no caso da contestação de um parecer, a palavra final caberá ao conselho. Na primeira audiência pública, Embrapa, Federarroz, Irga, Farsul, representantes da indústria e consumidores, Greenpeace e a Universidade Federal de Santa Catarina se posicionaram contrários à liberação do arroz LL. Eles pedem mais estudos e alegam prejuízos à imagem do país, que recém ganha espaço como exportador no mercado internacional.
Híbrido
Embrapa e o Cirad pretendem lançar, até a safra 2010/2011, a cultivar de arroz híbrido BRS Cirad 302. As sementes se destinam ao plantio irrigado na região da Fronteira-oeste do Rio Grande do Sul. O desenvolvimento da cultivar teve início em 1985, quando a empresa estabeleceu parceria com o Cirad, da França. As pesquisas foram retomadas, sob a liderança dos pesquisadores Péricles Neves, da Embrapa Arroz e Feijão, e James Taillebois, do Cirad. Atualmente, os experimentos são conduzidos no Rio Grande do Sul, no Mato Grosso e na sede da Embrapa Arroz e Feijão (GO).
Estoques
I As indústrias do Rio Grande do Sul beneficiaram e venderam 4,664 milhões de toneladas de arroz (base casca) entre março e outubro de 2009, segundo dados do Irga baseados no recolhimento da taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO). A média mensal do beneficiamento em 2009, que inclui exportações e saídas de produto em casca, foi de 583 mil toneladas, com crescimento de 4,7% sobre 2008 e 16% em cima da média anual dos últimos três anos. As exportações gaúchas, de 664 mil toneladas no período, ou 92,2% do total nacional, justificam em parte o melhor desempenho.
II Descontando quebra técnica, arroz-semente e evasão fiscal da taxa CDO, estimada em 10,5%, entre outros fatores do cálculo, a oferta para o atual ano-safra é de 7,284 milhões de toneladas. A demanda representada pelo beneficiamento total e os estoques do Governo Federal alcançará 5,164 milhões de toneladas. Assim, produtores, indústrias e cooperativas gaúchas tinham um estoque remanescente de 2,1 milhões de toneladas em 30 de outubro, o equivalente a 26% da safra. O volume é ajustado à demanda dos quatro meses referentes ao ano-safra (novembro a fevereiro). Neste mesmo período, em 2008/09 o beneficiamento totalizou 2,03 milhões de toneladas, segundo dados da Fazenda gaúcha. Ou seja, confirma-se que o estoque de passagem estará praticamente todo na mão da Conab.