Arrozeiros argentinos estabelecem expectativas mesmo com menor área de plantio

 Arrozeiros argentinos estabelecem expectativas mesmo com menor área de plantio

(Por Planeta Arroz) Apesar da situação complicada causada pela pandemia e a seca, os arrozeiros continuam a sua missão nas lavouras com grande esforço, como é o caso da província de Corrientes, que teve que superar os reveses de culturas como o arroz.

Em diálogo com o programa El Puente, transmitido pela Rádio LT 16 Sáenz Peña, o dirigente da Associação Correntina de Plantadores de Arroz, Jorge Borsato, fez referência aos resultados da última campanha na província vizinha, após o norte da Argentina ter sido atingido pelo déficit hídrico.

“O arroz vem sofrendo consequências com diminuição da área plantada e menor produtividade na última campanha, embora a seca já tenha impacto há três anos, as duas últimas campanhas são as que começaram a sentir o efeito”, diz Borsato , que também acrescenta: “Na campanha 21-22 já houve redução dos hectares colhidos em consequência da seca e na campanha 22-23, que foi esta última campanha, a área voltou a diminuir”.

ESPERE PELAS CHUVAS

Com expectativas de boas chuvas, disse que a situação da água, principal recurso necessário e utilizado para a irrigação do arroz, é crítica.

As barragens estão em nível muito baixo, os rios interiores estão em situação alarmante. Graças às últimas chuvas, a vazão começa a se recuperar, mas o nível ainda está muito abaixo do necessário, com exceção do rio Paraná, que mantém sua vazão.

470 MIL TONELADAS A MENOS

Borsato salienta que dos 100 mil hectares que foram plantados na província, foram colhidos cerca de 65 mil, o que representa uma diminuição muito significativa.

Segundo relatos, foi estipulado que nesta campanha seriam obtidas 470 mil toneladas de arroz a menos. Essa previsão foi cumprida e as pequenas e médias usinas que comercializam principalmente para o mercado interno estão sentindo isso, por isso o aumento de preços é afetado.

“Esperamos que a situação se normalize, tanto a situação hídrica como a situação produtiva.”

O MERCADO INTERNACIONAL

Sobre o mercado internacional, o especialista da área explica que na Argentina, em comparação com outros países, consome-se pouco arroz, aproximadamente 8 ou 9 quilos de arroz por pessoa. Em números globais isso significa que se exporta cerca de 35 ou 40% do arroz, até um pouco mais em anos normais, o problema hoje é que como há muito menos stock, o saldo das exportações é muito baixo.

Borsato conclui que continua a haver um saldo exportável muito baixo, uma vez que a maior parte do arroz produzido hoje é destinado ao consumo interno, o que não é suficiente porque as reservas de anos anteriores foram consumidas.

INICIANDO A CAMPANHA 2023/2024

Sobre a preparação e organização da próxima campanha disse “Neste momento estamos a iniciar a data da sementeira, o problema agora é que a maioria dos produtores já fez a sua organização, e no início a área ou intenção de plantação era mais baixa do que habitual, portanto será novamente uma campanha com menos toneladas”

Isso afeta diretamente os pequenos e médios produtores, uma vez que não possuem as ferramentas que os grandes produtores possuem.

Destaca ainda que é preciso ter em conta que no arroz é que os grandes produtores são internacionais ou exportadores, pelo que o que geralmente o pequeno faz é tentar encolher a exploração, garantir os hectares e a sua produção. O que pode ser recuperado do preço é usado para planejar a próxima campanha.

TRABALHE MAIS, MAS EVITE QUEDA DE PLANTIO

“Nosso desafio é administrar uma nova gestão para que o número de produtores não continue diminuindo. Há dez anos, Corrientes tinha cerca de 200 produtores de arroz e hoje não passa de 60 produtores, uma diminuição drástica que ocorreu ao longo dos anos. Mas a produção de hectares é sustentada e isso porque o desaparecimento dos pequenos produtores está a ser compensado pelo aumento de hectares dos grandes produtores.”

“Queremos que os mais pequenos possam continuar a produzir e a contribuir para a economia da província e do país.”

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