Até quando?

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Brusone pode até matar a planta

Durabilidade da
resistência à brusone
é o grande desafio do melhoramento genético
.

O grande questionamento sobre as cultivares resistentes à brusone (Pyricularia oryzae), seja do produtor ou dos pesquisadores, é um só: até quando a variedade manterá a estabilidade desta resistência antes de os fungos a quebrarem? Não é diferente com a cultivar Irga 424RI, que obteve ótimos resultados neste sentido na safra 2015/16 no Rio Grande do Sul.

Historicamente, muitas variedades de arroz ao serem disponibilizadas e plantadas em larga escala perderam esta resistência. “A resistência é quebrada e isso ocorre devido principalmente à grande diversidade genética do patógeno e o não conhecimento das raças que prevalecem no estado do Rio Grande do Sul”, explica o pesquisador Cláudio Ogoshi, fitopatologista da Estação Experimental do Arroz do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) em Cachoeirinha (RS).

Muitos trabalhos foram realizados para a caracterização de raças no estado, mas foram pouco aproveitados, visando a disponibilização de variedades mais resistentes. Diante disso, o Irga e o professor Dr. Marcelo Gravina de Moraes, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), realizaram recentemente uma parceria que visa a caracterização das raças de Magnaporthe oryzae que prevalecem no estado. “Espera-se que os resultados deste trabalho auxiliem o Irga a disponibilizar cultivares com resistência mais duradoura no campo e até mesmo converter uma variedade suscetível, mas de boa aceitação pelos produtores, para resistente à doença, como, por exemplo, as cultivares BR Irga 409 e Irga 417”, destaca o pesquisador.

SINTOMAS
A brusone pode ocorrer em todas as partes aéreas da planta, desde os estádios iniciais de desenvolvimento até a fase final de maturação dos grãos. Nas folhas, os sintomas típicos da doença se caracterizam por pequenos pontos de coloração castanha do tamanho da cabeça de um alfinete, os quais evoluem formando manchas alongadas, que crescem em sentido da nervura, apresentando o centro acinzentado e as bordas marrom-avermelhadas, às vezes circundadas com halo amarelado.

As formas e os tamanhos das lesões dependem das condições climáticas, da idade das lesões e do grau de suscetibilidade das cultivares. A redução da área foliar fotossintetizante tem um reflexo direto sobre a produção de grãos. Quando a doença ocorre severamente nos estádios iniciais de desenvolvimento da planta, principalmente em cultivares suscetíveis, o impacto é tão grande que a queima das folhas causa a morte das plantas.

Nas panículas, a doença pode atingir a ráquis, as ramificações e o nó basal. As manchas encontradas nas ráquis e nas ramificações são marrons e normalmente não apresentam forma definida, sendo que os grãos originados destas ramificações infectadas pelo patógeno se apresentam chochos. A infecção no último nó da panícula é conhecida como “brusone do pescoço” e tem um papel relevante na diminuição da produtividade do arroz. O sintoma se expressa na forma de uma lesão marrom que circunda a região nodal, o que provoca um estrangulamento.

Quando as panículas são atacadas logo após a sua emissão até a fase de aparecimento de grãos leitosos a doença pode provocar o “chochamento” total das espiguetas. As panículas se apresentam esbranquiçadas e eriçadas, sendo facilmente identificadas no campo. Quando as panículas são infectadas mais tardiamente ocorre redução no peso dos grãos ou a quebra da panícula na região afetada, caracterizando o sintoma conhecido por “pescoço quebrado”.

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