Avanços em processos das indústrias do arroz
Como se sabe, a dinâmica no Agronegócio não pode ser comparada aos da Telemática. Mas, nessas duas décadas, identifica-se um salto: os engenhos de ponta na América Latina, de ambientes empoeirados migraram para o conceito de “fábrica de alimentos”.
No campo, o destaque notável da automatização é acompanhado pelos engenhos.
E, talvez o mais importante, com tecnologia autóctone, observada nos dois Estados maiores produtores (RS e SC).
Basta andar pela América Latina – e até em outros continentes – para encontrar, marcado na “anca” de equipamentos de produção e controle.
Já se foram os tempos em que o Indalécio (importante personagem, gerente de um grande engenho), mordia o grão e, de acordo com a resistência [sic], definia a umidade. Jocosamente, reza a lenda que os equipamentos de então eram certificados por ele!
Mas não se pode deixar de citar a parboilização, com os estudos pioneiros da antiga CIENTEC, focando todas as etapas do processo.
Primeiramente um dos grandes desafios será “apaziguar”, buscando um melhor entendimento entre os três elos da cadeia produtiva do arroz.
Cada um atribui ao elo subsequente a apropriação “indevida” de ganhos, na sequência lavoura-engenho-supermercado. E todos têm razão, mas quem fica efetivamente com a maior fatia é o setor financeiro.
Um resumo, do ponto de vista do primeiro elo, é que a lavoura “é uma indústria a céu aberto”, verdadeiro mais imutável.
Então, uma alternativa para a Lavoura é encontrar pequenos nichos para produzir, dentro da porteira, alguma coisa especial, ocupando espaços vazios de seu “concorrente” a jusante.
Pelo domínio do insumo básico, poderiam iniciar dedicando uma parcela de seus recursos na produção de grãos de alto valor nutricional intrínseco, como o arroz preto e o vermelho. E daí, buscar a comercialização em pequenas embalagens, como praticado na Europa.
Pensando no aspecto de nutrição, vale lembrar que ao parboilizar (em pequena escala!) obtém-se ganhos notáveis, a exemplo do amido resistente, com o amido deixando de ser simples supridor de energia, desempenhando o papel de melhorar a disponibilização de micronutrientes, como vitaminas e minerais.
Para decidir sobre o que produzir, faz-se necessário partir da demanda – explícita ou implícita – de sua alteza: o consumidor!