Baixo impacto

 Baixo impacto

Barbieri: produtividade compensou perdas parciais

Clima e doenças não afetam
a estabilidade produtiva da
lavoura catarinense
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A produção de arroz em Santa Catarina na safra 2012/13 registrou a queda de 4,9%, segundo o 10º Levantamento da Safra de Grãos divulgado em julho pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Essa redução, conforme o relatório, deve-se ao fato de grande parte do plantio ter ocorrido fora da janela de tempo recomendada, fazendo com que a lavoura, no seu período inicial, sofresse com a ocorrência de fatores climáticos adversos, falta de água para irrigação e algumas doenças durante o ciclo vegetativo do cereal.

A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) constatou, neste período, doenças como a brusone e a mancha-parda na maioria das áreas de cultivo de arroz, além do uso de variedades suscetíveis a doenças, contribuindo de maneira negativa no rendimento médio das arrozeiras. Ainda assim, o total colhido nas lavouras catarinenses somou 1,024 milhão de toneladas, volume que tem se mantido estável ao longo dos últimos anos e que assegura ao estado a segunda posição no ranking dos maiores produtores nacionais de arroz.

Na avaliação do vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, apesar de alguns problemas pontuais, a safra transcorreu dentro da normalidade em termos de produção e produtividade. A região mais afetada pelo clima, de acordo com o dirigente, foi o sul catarinense. “Choveu pouco, os níveis dos rios baixaram e, com isso, faltou água para irrigar. Em algumas áreas a maré avançou rumo às lavouras e a água salgada precisou ser drenada. Entretanto, no Vale do Itajaí e na Região Norte a produtividade ficou acima da média, o que contribuiu para amenizar o impacto das perdas do grão, bem como influenciar no resultado dos dados finais da safra estadual”, compara.

PERFIL
Dos 12 municípios que compõem o litoral norte de Santa Catarina, Joinville registrou a terceira maior produção de arroz na safra, com 19.715 toneladas. Massaranduba, com 57.915 toneladas, continua como maior produtor, seguido de Guaramirim, com 48.487 toneladas, conforme levantamento da Epagri. Já no quesito produtividade, que avalia a quantidade de sacas colhidas por hectare (10 mil metros quadrados), Joinville cai para a oitava posição, com 141 sacas por hectare. A melhor média ficou com o município de Massaranduba, que colheu 190 sacas por hectare.

Melhores preços
Em Santa Catarina, o ano de 2013 também está sendo positivo em relação aos preços do grão. Os valores médios negociados com os produtores são de R$ 31,00 no Alto Vale de Itajaí e no litoral norte catarinense e de R$ 32,00 a R$ 33,00 no sul catarinense. “Os preços estão remunerando devido à produção brasileira ser menor. O produtor está mais capitalizado, alguns, inclusive, já estão adquirindo os insumos para a próxima safra. Isso é fundamental na medida em que se prevê um aumento no custo de produção da lavoura em razão dos preços dos insumos estarem atrelados ao dólar”, observa Enori Barbieri, vice-presidente da Faesc.

Apesar do otimismo, o dirigente recomenda cautela no planejamento da lavoura para 2013/14. “Além de termos, possivelmente, um custo de produção mais elevado na próxima safra, poderá haver uma diminuição dos preços em função dos mercados mundiais, com dificuldades na comercialização e até nas exportações brasileiras do cereal. Então tem que cuidar para não produzir mais do que o consumo”, aconselha.

Barbieri também chama a atenção para um fenômeno interessante que vem sendo verificado no estado ao longo dos últimos anos: “Embora a área plantada com arroz tenha sido a mesma da safra passada, 150 mil hectares, Santa Catarina vive um problema semelhante à China.

Assim como no país asiático, aqui no estado vem crescendo o número de indústrias que se instalam às margens das rodovias, que são áreas tradicionais de lavouras arrozeiras. Como as cidades são muito próximas, indústrias de vários segmentos avançam em direção à área rural, o que, no futuro, pode implicar na redução da área plantada com o cereal”, observa.

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