Brasil produz mais arroz
Aumento de área compensou as perdas climáticas
Acabaram-se as incertezas. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou que, apesar de adversidades do clima no Rio Grande do Sul e da expectativa do governo federal pela queda da produção de arroz na temporada, o país colhe safra superior ao ano passado.
O país reduziu 3% do rendimento por área, a produtividade foi de 6.576 quilos em cada um dos 1,592 milhão de hectares. A produção de 10,467 milhões de toneladas, avanço de 4,3% no valor colhido. A área cresceu 7,6%.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por sua vez, estima safra de 10,5 milhões de toneladas, dos quais 7,3 milhões na lavoura gaúcha. O estado participará com 69,3% da produção nacional em 2024, segundo o organismo, com aumento de 2,6% sobre o ano passado pelo crescimento de 7,1% da área semeada, mesmo com redução de 4,3% em produtividade.
A Conab sugeriu que o aumento da superfície semeada no arroz irrigado e de sequeiro foi motivado pela expectativa de bons preços no mercado do cereal e impediu queda produtiva. “O rendimento está comprometido pelo clima”, disse o boletim.
Hegemonia do Sul
O Sul representa 80,3% da safra nacional, seguido do Nordeste (9,7%). A menor participação é do Sudeste, 1,3%. O Rio Grande do Sul, com 7,083 milhões de toneladas, tem 68% da produção nacional. Santa Catarina é segundo, com 1,138 mil t: 11%.
O Tocantins, em terceiro, produz 632 mil t (6%) da produção nacional. Cinco estados representam, juntos, 90,2% da colheita brasileira.
A Conab observou que a safra 2023/24 sofre com o clima, em maior ou menor proporções, em todas as regiões de cultivo do país. Considerou que o recuo produtivo foi compensado pelo aumento de área. O fato da safra gaúcha estar com mais de 83% da área colhida quando das inundações históricas entre os dias de abril e de maio foi fundamental para estabilizar a colheita nacional.