Brusone traz efeitos colaterais

 Brusone traz efeitos colaterais

Crescimento do uso de fungicidas e de inseticidas preocupa o setor

Uso de variedades suscetíveis ampliou a presença da doença
e fez explodir o uso
de fungicidas
.

 O aumento gradual de resíduos de fungicidas nos grãos de arroz apontado pelo Programa de Análises de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para) está relacionado ao lançamento recente de cultivares suscetíveis à brusone nas lavouras gaúchas, que induzem (necessária ou mesmo desnecessariamente) a um maior número de aplicações de defensivos contra fungos. A pesquisa oficial alertou sobre essa possibilidade do residual dos fungicidas nos grãos e também reforçou a necessidade de aplicação do manejo integrado de pragas (MIP) visando à racionalização do uso de agrotóxicos.

“É importante salientar que o aumento da brusone também está relacionado ao crescimento do uso de nitrogênio em não conformidade com o recomendado pela Comissão Técnica do Arroz Irrigado (CTAR). Assim, o principal alerta aos produtores é que busquem cultivares mais resistentes ou tolerantes e adotem medidas de manejo da cultura que evitem ataques severos da doença, conforme constam nas recomendações”, alerta a pesquisadora Maria Laura Turino Mattos, da Embrapa Clima Temperado.

Segundo ela, assim se estará viabilizando a racionalização do uso de fungicidas. As instituições de pesquisa oficiais e, principalmente, as do setor privado devem intensificar o foco no lançamento de cultivares resistentes ou tolerantes à brusone, além do atendimento à demanda do setor industrial por maior qualidade do grão.

Para a pesquisadora, o resultado foi satisfatório em relação aos demais grãos. E esse é um ponto forte da lavoura de arroz frente ao estudo da Anvisa. “No caso do arroz produzido no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina isso demonstra um maior nível tecnológico das lavouras e o trabalho das instituições de pesquisa para manter atualizado o estoque tecnológico para essa cultura”, ressalta.

Porém, enfatiza que a vigilância deve ser constante, pois resíduos que não estejam sendo detectados poderão sê-los nos próximos monitoramentos em concentrações inferiores ou superiores a 0,01 miligrama por quilo, isso dependerá, principalmente, do engajamento de todos os atores da cadeia orizícola em prol da sustentabilidade econômica, social e ambiental.

FIQUE DE OLHO
O manejo integrado de pragas (MIP) é uma das boas práticas agrícolas (BPAs) que embasam a produção integrada de arroz, sendo a otimização e a adoção desse processo – no sentido de obter benefícios econômicos, de qualidade do produto e ambientais – fundamentais para a sustentabilidade da cadeia orizícola.

Maria Laura: observar recomendações técnicas para não superar os limites

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