Cachoeira do Sul (RS) prevê quebra de 10% para o arroz

Quadro vai piorar se não chover em sete dias .

Se não chover nos próximos sete dias, a lavoura de arroz de Cachoeira do Sul (RS) vai passar a sentir com mais intensidade os efeitos da longa estiagem que se abate sobre o Rio Grande do Sul. De acordo com a União Central dos Rizicultores (UCR), as perdas poderão chegar a mais de 10%, o que corresponde a quatro mil hectares de lavouras perdidos por falta de água.

“Se a chuva não vier logo, certamente vamos ter uma perda, já que o arroz encontra-se na etapa de enchimento de grãos, fase em que necessita de muita luz e umidade”, observou o presidente da UCR, o agrônomo Gilmar Freitag.

A forte estiagem está impedindo que o lençol freático seja reabastecido, o que garantiria mais resistência às culturas, explicou Freitag, que responde também pela vice-presidência da Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul. Outro fator importante, que aumenta o risco de quebra nas lavouras de arroz do município, é o baixo volume de chuvas registrado nas cabeceiras dos afluentes do Rio Jacuí. “As nascentes também estão sendo atingidas pela seca”, destacou Freitag.

Na área da Barragem do Capané, o problema, apesar da estiagem, não é a falta de água, mas a precariedade dos canais de irrigação do Irga. A falta de manutenção do sistema provoca desperdício de água, registrou o presidente da UCR. Segundo ele, parte da água que deveria chegar até os produtores mais distantes da barragem, acaba se perdendo pelo caminho. Freitag acha que se a estiagem se prolongar por muito mais tempo, a Prefeitura precisará decretar estado de emergência, como já estão sugerindo os produtores.

ÁREA

A situação do arroz só não vai se complicar mais porque a área plantada no município foi ampliada em 10%. Cachoeira do Sul está cultivando uma área superior a 40 mil hectares, informou o presidente da UCR. “Mesmo que haja uma quebra estimada de 10%, haverá uma certa compensação em função do aumento de área plantada”, frisou Freitag, lembrando que a situação do município em relação à de outras regiões do estado ainda é privilegiada.

Ao contrário de outros pontos do Rio Grande, em Cachoeira do Sul, o Rio Jacuí e boa parte de seus afluentes ainda conseguem abastecer as lavouras. A previsão, segundo Freitag, é que se não houver maiores danos, o município deverá manter as expectativas de produtividade para esta safra, estimada em 5.750 quilos de arroz por hectare.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter