Cada vez menor

 Cada vez menor

Terras altas: menor produtividade, mas área maior no MT

Safra brasileira retrai
por ação climática
e redução de área
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 A safra brasileira de arroz 2019/20 deverá ser muito similar à anterior, totalizando uma área de 1,685 milhão de hectares e 10,5 milhões de toneladas, volume ajustado ao consumo estimado. Em área o recuo será de 0,7%, mas no levantamento de janeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a estimativa era de incremento de 1% na produção, graças à produtividade. No entanto, a Conab não computou neste estudo a repercussão da estiagem que afetou parte das lavouras catarinenses e de algumas regiões gaúchas, o que leva a crer que os números de fevereiro sofrerão ajustes. Março e abril ainda dependerão do comportamento do clima, cuja previsão tem frio mais cedo em 2020 e pode comprometer as lavouras mais atrasadas.

O Sul é a principal região produtora, com 81,6% da safra nacional, ou 8,623 milhões de toneladas. Nas últimas safras o cultivo nacional vem diminuindo, sobretudo em áreas de sequeiro, por isso a produção se mantém dentro de uma faixa de 10,4 a 11 milhões de toneladas pela evolução da produtividade nas áreas irrigadas que possuem maior investimento em tecnologias e rendimento por área. Assim, a oferta fica ajustada ao consumo nacional, estimado entre 10,3 e 10,6 milhões de toneladas, em base casca, dependendo da fonte.

A região Norte deve confirmar área plantada em torno de 218,5 mil hectares. Com isso, se configura como a segunda maior produtora nacional, com 936,9 mil toneladas e 8,9% da safra. Tocantins é o estado que se destaca, terceiro maior produtor nacional. Pelo escalonamento da safra, algumas lavouras já foram colhidas no final de dezembro.

CENTRO-OESTE

No Centro-Oeste, terceira região que mais produz arroz no país, a previsão é de incremento na área plantada, quando comparada com a última safra nas terras altas, que devem alcançar 147 mil hectares, aumento de 26,1%, enquanto nas destinadas ao arroz irrigado é sinalizado que alcançarão 38,7 mil hectares, totalizando 185 mil/ha, num incremento de 1,3%. No Mato Grosso a semeadura do arroz primeira safra foi finalizada em janeiro. Somada à previsão do cultivo em segunda safra, serão destinados à rizicultura 151,7 mil hectares, num aumento de 25,1% em comparação à temporada passada.

O principal fator para essa ampliação foram os maiores preços de venda em 2019, quando a saca de 60 quilos (55% inteiros) chegou a ser comercializada acima dos R$ 70,00. “A safra 2018/19 foi muito ajustada entre oferta e demanda, rapidamente transferida à indústria por uma boa remuneração. Quem manteve algum estoque conseguiu valores ainda maiores. Foi o incentivo para recuperar plantio nesta temporada”, diz Rodrigo Mendonça, presidente do Sindicato das Indústrias do Arroz do Mato Grosso (Sindarroz-MT).

Segundo a Conab, há mais investimento na cultura nesta temporada, como o uso de sementes certificadas e adubação adequada, tendo em vista a boa perspectiva mercadológica do grão, cujos estoques estão baixos, com 94,41% da safra 2018/19 vendida até o final de dezembro.


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