Clima acelerou o ciclo do arroz e antecipou colheita no RS

 Clima acelerou o ciclo do arroz e antecipou colheita no RS

(Por Emater/RS) Na regional da Emater RS/Ascar de Bagé, iniciou a colheita nos municípios limítrofes a Argentina. A área colhida varia de 1% em Uruguaiana a 5% em Itaqui. A produtividade é próxima a inicialmente estimada de 8.000 kg/ha. A permanência do quadro de insuficiência de chuvas causou aumento na restrição da irrigação em toda Fronteira Oeste. Em Itaqui, estima-se que 5% das lavouras foram abandonadas e 17% tem irrigação intermitente. O cenário é ainda mais grave em Maçambará, onde 24% foi abandonado e 46% tem períodos de irrigação alternados.

A estratégia permite economia de água, mas causas prejuízos ao potencial produtivo. A repetição de temperaturas em torno de 40°C foram prejudiciais, considerando que 35% do cultivo na região, encontra-se em fase de floração. No aspecto fitossanitário, em lavouras de Quaraí, na fronteira com o Uruguai, houve infestações de percevejos (Oeabalus poecilus) atingindo nível de dano e necessitando a adoção de medidas de controle com inseticidas.

Na Campanha, a disponibilidade de água para a irrigação é satisfatória, contudo, com as temperaturas altas no mês de janeiro, já se percebe panículas falhadas nas lavouras em fase de enchimento dos grãos. Em Dom Pedrito, as perdas são estimadas em 20% do potencial produtivo inicial. Em Bagé e municípios no entorno, a queda das temperaturas para 11,9°C no dia 01/02, quando 67% das lavouras estavam em fase de maior sensibilidade ao estresse térmico, poderá causar esterilidade de espiguetas. O manejo
da irrigação com lâmina d’agua elevada é a estratégia para minimizar a amplitude térmica, mas esbarra na quantidade do liquido disponível.

Na de Pelotas, 29% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo, 61% em floração, e 10,0% na fase de enchimento de grãos. A maior preocupação são os cuidados no manejo da água para irrigação, para estender para todo ciclo da cultura. As lavouras estão com as plantas com bom desenvolvimento e sem relatos de problemas fitossanitários expressivos.

Na de Santa Rosa, as chuvas ocorridas não possibilitaram a retomada do nível de barragens, açudes e cursos de água utilizados para a irrigação das lavouras. Rizicultores administram a irrigação visando garantir disponibilidade de água para o enchimento de grãos, mas algumas lavouras foram abandonadas por falta de água.

Na de Santa Maria, 8% das lavouras estão maduras e por colher e 72% estão em floração e enchimento de grãos. As altas temperaturas durante janeiro provocam expectativa de redução de produtividade, estimada até o momento em 1.900 kg/ha, nos rendimentos inicialmente esperados. Para os produtores que captam água do Rio Jacuí o estado das lavouras é superior comparativamente aos tomadores de outros mananciais de porte menor.

Na de Soledade, aproximadamente 75% das lavouras estão em estádios reprodutivos. A ocorrência de chuvas em duas semanas seguidas elevou níveis de água nos arroios e beneficiou lavouras na bacia do Vale do Rio Pardo, porém a captação prossegue com limites.

No aspecto fitossanitário, está em finalização o controle de plantas invasoras e a adubação nitrogenada em cobertura e controle esporádico de percevejos, conforme recomendação do monitoramento.

Na de Porto Alegre, a maturação alcança 9%, floração e enchimento de grãos 64%. De forma geral, as lavouras seguem com bom desenvolvimento e expectativa de produtividade permanece em oito mil quilos por hectare. Apesar das chuvas prossegue a parcimônia no uso da irrigação, pois os volumes precipitados ainda não foram suficientes para reestabelecer os
reservatórios de água.

Comercialização

Conforme o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Rio Grande do Sul, o preço da saca de arroz reajustou 4,38 % em relação ao da semana anterior, passando de R$ 62,51 para R$ 65,25

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