Colheita começou no RS, mas clima preocupa produtores

 Colheita começou no RS, mas clima preocupa produtores

Preocupação com o nível das barragens aumenta em algumas regiões sob estiagem

(Por Emater/RS) Em 15/01, iniciou a colheita de arroz no Estado. As primeiras lavouras colhidas localizam-se em Itaqui e Maçambará. As áreas foram semeadas entre 01 e 10/09, e alcançaram a maturação, sem apresentar impactos significativos da estiagem, que afeta a região desde meados de dezembro. A produtividade obtida é considerada satisfatória e atingiu 8.750 kg/ha.

As condições climáticas, de maneira geral, continuaram favoráveis para as demais lavouras, embora haja algum risco de estresse devido às temperaturas próximas aos 40 °C em municípios da Fronteira Oeste. Esse cenário pode ocasionar esterilidade de espiguetas nas lavouras em fase de floração e pré-floração.

A excelente disponibilidade de radiação solar e a baixa umidade relativa do ar têm influenciado positivamente a sanidade da cultura. No entanto, ainda há alto consumo de água para irrigação, o que mantém os produtores atentos aos níveis dos rios e barragens.

Segundo o Instituto Rio Grandense de Arroz (IRGA), a área implantada é de 927.885 hectares de arroz irrigado. A Emater/RS-Ascar estima produtividade inicial de 8.478 kg/ha.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, em São Borja, os rizicultores observam a rápida redução no nível dos reservatórios, mas a maioria das lavouras está em uma fase avançada, trazendo certa tranquilidade quanto a essa questão. Alguns casos isolados de produtores no município já estão realizando o “banho” das lavouras, provavelmente devido ao dimensionamento inadequado da área plantada em relação à disponibilidade hídrica.

Aplicações de fungicidas estão sendo realizadas à medida que as lavouras atingem o período de floração e início do enchimento dos grãos, levando em consideração também o retorno das chuvas nas regiões da Campanha e da Fronteira Oeste.

Na regional de Pelotas, o desenvolvimento das lavouras ocorre conforme projetado. Estão 95% em estágio de desenvolvimento vegetativo, e 5% em fase de floração.

Na de Santa Maria, a escassez de chuvas tem dificultado o manejo da irrigação por inundação em função dos níveis reduzidos dos mananciais, de açudes e das estruturas de armazenamento de água, gerando preocupação entre os produtores.

A situação é especialmente crítica em Cacequi, Restinga Sêca e Faxinal do Soturno, onde importantes rios, como Melo e Jacuí, apresentam níveis abaixo do esperado.

Por outro lado, no Rio Soturno, as chuvas pontuais ocorridas no período aumentaram a disponibilidade hídrica, permitindo a ampliação das áreas irrigadas na região. O tempo seco também tem favorecido a recuperação de áreas ainda impactadas pelas enchentes de maio. As áreas de arroz inviabilizadas para semeadura nesta safra estão sendo manejadas para a implantação da Safra 2025/2026.

Na região de abrangência da Emater/RS de Santa Rosa, os orizicultores estão intensificando o monitoramento da disponibilidade hídrica nas barragens destinadas à irrigação. Para otimizar o uso da água e minimizar desperdícios, têm priorizado o fechamento de taipas e a redução da lâmina de água nas lavouras. As áreas encontram-se predominantemente no estágio vegetativo, e inicia a formação das primeiras panículas.

Na regional de Soledade, a radiação solar intensa e as temperaturas diurnas em torno de 30°C, somadas à irrigação, tornaram as condições favoráveis para o desenvolvimento das lavouras. Estão 80% em estágio vegetativo, 15% em florescimento e 5% em enchimento de grãos, com ótimo desempenho observado. Porém, a estiagem continua a reduzir os níveis de água nos reservatórios e cursos hídricos, gerando preocupação entre os produtores. Adubações nitrogenadas de cobertura estão em andamento nas lavouras tardias, e o manejo da lâmina de água segue ajustado.

Em algumas regiões os produtores tiveram que lançar mão de reservas de água do arroz para banhar a soja cultivada em terras baixas, o que aumenta a preocupação para a etapa final da irrigação. O manejo da água se torna crucial neste caso, pois se a condição climática prosseguir, novos banhos na soja serão necessários e tanto a evaporação quanto a demanda da orizicultura consumirão os recursos dos mananciais com baixa oferta de reposição.

Comercialização

O valor médio de comercialização da saca de 50 quilos do arroz em casca, 58×10, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 0,90%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 98,87 para R$ 97,98.

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