Colheita de soja avança para 63% no Rio Grande do Sul com safra cheia
A colheita avançou 12 pontos percentuais na semana que passou, favorecida pelos dias
ensolarados. A safra segue com boas produtividades..
A colheita avançou 12 pontos percentuais na semana que passou, favorecida pelos dias ensolarados. A safra segue com boas produtividades.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, o clima chuvoso predominante entre 21 a 28 de março, retardou o processo de perda de umidade dos grãos. A colheita foi retomada gradualmente e incrementada a partir de 31/03. Na média, estão colhidos 20% das áreas da região. De maneira geral, a maturação das lavouras ocorre de maneira desuniforme, sendo observadas plantas com hastes verdes e folhas ainda aderidas nas partes de baixadas e de solos com maior capacidade de retenção de umidade. As produtividades obtidas são satisfatórias, em muitos casos superando as expectativas iniciais. Mas cultivares de ciclo médio poderão apresentar redução na produtividade decorrente do período de estiagem intensificado na primeira quinzena de março.
Houve realização de perícias de cobertura de seguro agrícola em Itacurubi, São Borja e São Gabriel. Nas lavouras em várzeas, as expectativas são bastante otimistas, desde que não tenham ocorrido perdas significativas durante o período de chuvas excessivas. As temperaturas amenas associadas aos períodos prolongados de molhamento foliar favoreceram o desenvolvimento de focos de ferrugem asiática na Campanha.
Foram ampliadas as constatações em Hulha Negra e Aceguá, e produtores foram orientados a respeitar o período da última aplicação de fungicidas até a colheita. Quanto ao manejo e controle de insetos, as infestações de percevejos e lagartas ocorreram, mas menos intensas nas últimas semanas.
Na regional de Caxias do Sul, apesar dos dias com alta umidade do ambiente no final de março
que dificultou a colheita, o tempo mudou a partir do início do feriado de Páscoa, predominando o tempo seco e boa insolação, proporcionando boas condições para a colheita que já se aproxima dos 40% da área cultivada na região. Está se confirmando a expectativa de uma excelente safra, com rendimento médio que deverá superar os 3.600 quilos por hectare.
A alta produtividade somada à excelente precificação do produto tem garantido boa remuneração ao produtor.
Na região de Passo Fundo, a soja está 5% em maturação fisiológica, 55% maduro por colher e 40% colhidos. A cultura apresenta-se em situação satisfatória de desenvolvimento com bom potencial de produtividade.
Na regional da Emater de Erechim, a semana de 29/03 a 04/04 foi boa para colheita, chegando a cerca de 40% da área plantada. As primeiras áreas plantadas apresentam melhor produtividade, a colheita deverá se estender até o final de abril.
Na regional de Frederico Westphalen, as áreas plantadas em resteva de milho ou de fumo, estão em fase de floração e formação de grãos e também apresentam bom desenvolvimento. O tempo bom e as temperaturas amenas da semana foram muito importantes para acelerar a colheita, que avança em passos largos e já está em 55% da área.
A qualidade do produto colhido é muito boa. Em alguns municípios com áreas expressivas, como Palmeira das Missões, Chapada e Ronda Alta, a produtividade poderá chegar 3.900 quilos por hectare.
Na região de Santa Maria, a colheita de soja atinge 25% da área, a perspectiva de excelente safra, apontando para uma produtividade maior que a esperada que era de 3.200 quilos por hectare; lavouras colhidas até o momento estão acima de 3.300 quilos. A ausência de chuvas
na semana permitiu avanço na colheita da soja.
Na regional de Ijuí, cultura em maturação e com colheita intensa entre os dias 30/03 e 04/04, chegando a 40% da área. As produtividades alcançadas são superiores às expectativas iniciais, estando em 3.780 quilos por hectare. Há grande variabilidade no peso final dos grãos entre as lavouras cultivadas com a mesma cultivar, reflexo da interação entre o nível de tecnologia adotado e o regime pluviométrico durante o ciclo da cultura.
Levantamentos realizados pelos técnicos da Emater/RS-Ascar apontam para diferença de até 30% no peso de mil sementes entre talhões com mesma cultivar localizados no mesmo município da coleta de dados. Cultura apresenta perda muito rápida de umidade dos grãos, principalmente nas horas mais quentes do dia, chegando próximo a 11% de umidade no grão colhido, ocasionando quebra dos grãos no momento da trilha.
Presença de vagens verdes com grãos não maduros na maioria das lavouras. A soja plantada fora do período do zoneamento agroclimático em sucessão à cultura do milho está em fase reprodutiva, com desenvolvimento satisfatório. Área pouco expressiva na região, aproximadamente 15 mil hectares, 1,5% do total cultivado.
Na regional de Pelotas, safra excelente, avançando a colheita, entram as áreas implantadas nas melhores épocas, potencial produtivo elevado e na maior parte do seu ciclo, permaneceram com condições muito boas de umidade no solo. A cultura está predominantemente no estágio de enchimento de grãos e em maturação, mas avança rapidamente a colheita, quando as condições climáticas favorecem a atividade, com clima seco e piso suficiente para o trânsito de máquinas. Já estão colhidos 19% da área.
Destaque para Pedras Altas, com 40%; depois São Lourenço do Sul, Piratini e Arroio Grande, com 30% colhidos. Aconteceram mais chuvas em baixos volumes, beneficiando as áreas semeadas mais no final do período de plantio, ainda no estágio de enchimento final dos grãos.
Nas áreas planas e com problemas de drenagem, a produção está dentro da normalidade e até inferior, pois em algumas áreas as plantas estão com o desenvolvimento comprometido. Em algumas áreas de coxilhas devido às condições muito favoráveis ao desenvolvimento da soja, nos locais de boa a alta fertilidade, as plantas têm excesso de altura e começam a acamar, o que trará dificuldades na colheita. As áreas permanecem sem a ocorrência significativa de pragas e doenças.
De acordo com o monitoramento através de um coletor de esporos da ferrugem asiática, em Capão do Leão, já se detectou esporos desde 15/03, mas não é generalizada na lavoura e está controlada. Não há relatos de surtos significativos de outras doenças.
Na regional de Santa Rosa, a produtividade atual apresenta redução de 4% sobre a inicial, ficando em 3.167 quilos por hectare, devido às condições climáticas desfavoráveis no período de implantação das lavouras em outubro e início de novembro. Entretanto, com as chuvas de final de novembro e em dezembro as lavouras se recuperaram e apresentaram bom desenvolvimento. A maioria das lavouras já está na fase de maturação, atingindo o percentual 56%, e avançou significativamente a área colhida, passando de 8% para 27% na semana.
A produtividade é bem variável nesta safra, de 2.700 a 5.760 quilos por hectare. Esta variabilidade ocorre em função nas diferenças de precipitação ao longo do ciclo nas diversas localidades, tipo de solo e sua profundidade e capacidade de armazenamento de água, variedades utilizadas e época de semeadura, mas também muito em função das tecnologias e manejo adotado por cada agricultor. Na unidade de acompanhamento de soja em Cerro Largo, foi encerrado o acompanhamento da presença de ferrugem da soja, pois a área foi colhida, apresentando rendimento de 2.400 quilos por hectare.
Na regional de Soledade, a operação de colheita foi intensa na semana; o tempo firme favoreceu a atividade, que atinge 30% da área cultivada. As produtividades obtidas no geral estão acima da média esperada para a cultura na região. Grão colhido com ótima qualidade.
Produtores estão finalizando os manejos de controle de pragas e doenças em lavouras tardias, em enchimento de grãos. Na de Porto Alegre, a chuva em bom volume no final de semana, média de 40 mm, garantiu a safra de soja. Com condições climáticas favoráveis, a perspectiva é de excelente produção. Estão colhidos 19% da área. Lavouras em desenvolvimento do grão e colheita, que deverá se estender durante o mês de abril.
Comercialização (saca de 60 quilos)
O levantamento semanal realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, identificou o preço médio da soja em elevação, passando de R$ 162,57 para R$ 164,55/sc., incremento de 1,22%. Preço do grão disponível em Cruz Alta a R$ 168,00/sc.
Quanto ao mercado, verificou-se um viés de estabilidade nas cotações até meados da semana. Tal fato mudou para uma alta na quinta-feira (01/04), devido a publicação do mais recente relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informando o não atingimento da previsão, feita por analistas do setor, para a área destinada à semeadura do grão no país, devendo impactar nos estoques e aumentando as cotações para contratos futuros. Na região de Santa Rosa, a cotação de subprodutos vendidos pela indústria ao produtor para alimentação de animais são: farelo de soja a granel, R$ 2.600,00/ton. e casca de soja a granel, R$ 1.100,00/ton.