CTNBio avalia arroz transgênico

 CTNBio avalia arroz transgênico

Comissão avalia liberação do arroz LL da Bayer.

O Brasil poderá produzir arroz geneticamente modificado já na próxima safra, se a Bayer CropScience obter junto à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança autorização para introduzir no país em escala comercial a variedade transgênica Liberty Link (LL). A variedade utiliza a mesma tecnologia do arroz LL, que contaminou cargas de arroz beneficiado norte-americano endereçadas à Europa no ano passado. As cargas foram rejeitadas e criaram uma polêmica internacional e regras adicionais de segurança para a importação de arroz norte-americano por vários países. 

A variedade Liberty Link tem como característica a tolerância a herbicidas que usam como ingrediente ativo o glufosinato de amônia. Essa característica foi adquirida pela introdução de um gene de outra planta. Em maio de 2005, numa entrevista coletiva, o gerente mundial da Bayer CropScience para a área de arroz, Frédéric Arboucalot, informou à Planeta Arroz, em almoço em Porto Alegre (RS), o interesse de lançar a variedade para uso no Rio Grande do Sul. O produto está em fase de testes no mundo inteiro, com uso comercial restrito a algumas regiões da Ásia. 

Na época, o dirigente da Bayer destacou a importância do convencimento das vantagens de uso dessa tecnologia na cadeia produtiva do arroz do Brasil, bem como a aceitação do consumidor ao produto. Segundo ele, o uso dessa tecnologia implica no menor volume de aplicação de defensivos na lavoura, mas por tratar-se de um produto básico na alimentação brasileira, poderá provocar reação da opinião pública. A Bayer estuda o lançamento de uma variedade LL híbrida, para evitar os problemas enfrentados pela Basf no Rio Grande do Sul com a pirataria do sistema Clearfield.

Fique de olho
O Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga) já desenvolveu uma cultivar LL. O gene de resistência ao glufosinato de amônia foi introduzido à variedade Irga 410, mas os testes foram queimados por determinação da CTNBio, em 1999. A empresa AgrEvo, comprada pela Bayer há cinco anos, abandonou as pesquisas no Rio Grande do Sul, também em 1999. O Governo do Estado, na época, era contrário à tecnologia e informava que o Rio Grande do Sul era livre de plantas transgênicas. Estima-se que, na época, mais de um terço da lavoura de soja gaúcha já usava sementes geneticamente modificadas.

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