Dá para melhorar

 Dá para melhorar

Bases sólidas para o mercado buscar a estabilidade de preços e rentabilidade ao produtor. Mas há desafios
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Em fase de conclusão da safra 2014/15, a cadeia produtiva de arroz do Brasil experimenta um fenômeno inédito na história recente da cultura: o terceiro ano de mercado registrando sinais de estabilidade na relação entre oferta e demanda e baixa volatilidade de preços. A expectativa dos analistas é de que se mantenha esta relação estável, com um quadro de suprimentos ajustado, somando 14,06 milhões de toneladas pela produção, importação e estoques de passagem público e privado e a demanda alcançando pelo menos 13,25 milhões de toneladas pelo consumo interno e exportações.

Isso leva a crer que haverá um pequeno avanço na rentabilidade da orizicultura, talvez minimamente acima da taxa de inflação do ano – prevista para fechar entre 7 e 8%, em que pese o acompanhamento muito próximo do governo federal com relação a qualquer impacto dos preços da cesta básica sobre a inflação. Embora com apenas 130 mil toneladas de estoques públicos, o governo sempre pode agir para conter a elevação de preços. Um dos gatilhos possíveis é a retirada da tarifa externa comum de 12% sobre as importações de terceiros mercados.
Também pesa sobre o fechamento de contas do agricultor – e da indústria – o aumento de custos da energia elétrica e combustíveis, que já atingiram as operações de colheita, secagem, armazenagem, transporte e processamento da produção 2014/15.

O câmbio será o outro fator determinante para a rentabilidade do setor produtivo. O dólar acima de R$ 3,00 amplia a capacidade competitiva do arroz brasileiro no mercado internacional, compensando parcialmente a baixa das cotações mundiais. E ao mesmo tempo trava as importações, uma vez que neste final de quadrimestre os preços internos estão na faixa de R$ 35,00 a R$ 36,00 e a referência de importação do Uruguai e da Argentina na faixa de R$ 42,00. A falta do terminal portuário da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) em Rio Grande é um complicador. E o risco do aumento significativo dos custos dos insumos para a próxima safra, pelo alto valor do dólar, também preocupa.

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