De volta ao eixo
Safra brasileira será autossuficiente com recuperação gaúcha
Nunca houve dúvidas sobre a garantia de abastecimento de arroz no Brasil, mesmo sob as piores previsões de colheita em 2021/22, graças à garantia dos estoques e também das importações do Mercosul.
No entanto, a temporada teve expectativa, até maio, de que o Brasil colhesse menos do que consome por causa da quebra da colheita no Rio Grande do Sul e Tocantins. O 10º Levantamento da Safra de Grãos de Verão, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no entanto, acabou com essa estimativa.
A colheita foi finalizada no país em junho e registrou redução de 3,5% na área plantada frente à safra anterior. Foram 1.619,8 mil hectares com produção de 10.803,2 mil toneladas. Apesar da redução de 8,2% em relação à safra 2020/21, que teve recorde de produtividade, o consumo é estimado em 10,8 milhões de t pela Conab.
As perdas menores do que o previsto no Rio Grande do Sul são responsáveis pelo ajuste. A redução da produtividade em 4,8%, para 6.669 quilos por hectare, é creditada à estiagem e consequente escassez dos reservatórios para irrigação no sul, com consequente perda da qualidade dos grãos. No Tocantins e estados vizinhos, o problema foi o excesso de chuvas em momentos cruciais para o desempenho das plantas.
Fique de olho
A área de arroz irrigado, estimada em 1.302 mil hectares, representou 80,3% da superfície semeada no Brasil, e segue a tendência das últimas décadas. Já o arroz de sequeiro registrou redução de 15% frente à safra passada, e cobriu 317,8 mil/ha de lavouras, 19,7% do total nacional.