De volta para o futuro

 De volta para o futuro

FAO projeta aumento da demanda por arroz no mundo em médio prazo
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 Abundância será a palavra de ordem para o mercado mundial do arroz em 2016 graças à recuperação das safras do hemisfério norte (Ásia e América do Norte) e aumento do cultivo na África após a frustração quando o El Niño atingiu as colheitas de 2015 e semeaduras secundárias da China, Índia, Tailândia, Vietnã, Filipinas, Indonésia e Paquistão. Na atual temporada, as safras do hemisfério norte serão grandiosas. Este avanço dá um fôlego ao mundo em termos de segurança alimentar, uma vez que os organismos internacionais asseguram que o avanço populacional exigirá maior produção de arroz.

Além do abastecimento garantido na temporada, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU) prevê o aumento dos estoques após três temporadas de queda. O clima favorece os cultivos. A colheita mundial em 2016 deve alcançar um recorde e a temporada 2016/17 no hemisfério sul, inclusive o Mercosul, será maior.

A FAO estima os preços médios do arroz no mercado internacional em queda entre 2016 e 2017 apesar das cotações estarem no patamar mais baixo desde 2008 e exigirem medidas de apoio na Ásia e África. No conjunto dos cereais, a média estimada é de queda de preços de 11% ao longo do período. Ainda assim entende que muitos países pobres não conseguirão se beneficiar do aumento das colheitas porque suas moedas enfraqueceram frente ao dólar estadunidense.

PRODUÇÃO
Segundo a FAO, a produção mundial em 2015 caiu 0,9%, para 738 Mt (milhões de toneladas) de arroz em casca (491,5 Mt base beneficiado) contra 744 Mt. Em 2016 a produção deve aumentar 1,6%, para 749 Mt (498 Mt base beneficiado), com evolução em todas as regiões, exceto Austrália e Mercosul pela colheita de 2016. A produção asiática subirá 1,5%, retornando ao nível de 2013. Nos Estados Unidos a safra cresceu 20% graças ao aumento das áreas e rendimentos. América Central e Europa mantiveram colheitas estáveis. A expectativa é de recuperação global.

MERCADO
Na análise do mercado mundial divulgada em outubro pelo economista Patrício Méndez del Villar, do Centro de Cooperação Internacional para Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), da França, em 2015 o comércio mundial caiu 2,7%, para 43,5 Mt. Ele se mantém estável desde 2013. A importação no Sudeste Asiático foi fraca no primeiro semestre, mas tende a ser ativada neste final do ano. Pelas previsões, o comércio mundial em 2016 pode subir 0,7%, em 2017 a 43,8 Mt.

Ao final de 2015 os estoques mundiais de arroz aumentaram 1,2%, para 174,7 Mt. Por outro lado, as previsões para o final de 2016 indicam queda de 2,3%, a 170,7 Mt, compensando a estagnada produção mundial durante os últimos três anos. As reservas representariam 33% do consumo mundial, o nível mais baixo desde 2012. No entanto, a expectativa é de que ao longo de 2017 estes estoques voltem a crescer. O aumento da produção mundial acima da taxa de consumo é o principal indicador.

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