Dentro da média histórica

 Dentro da média histórica

Hoffmann: radiação foi decisiva

As lavouras do extremo sul catarinense deverão contabilizar produtividades dentro da média de 8,5 mil quilos por hectare. O engenheiro agrônomo Jordanis Hoffmann, gerente do departamento de pesquisa e desenvolvimento da Cooperja, lembra que as lavouras, em especial dos plantios de fim de agosto e setembro de 2022, tiveram mais dificuldade de estabelecimento.

Temperaturas abaixo do normal e menor radiação solar foram interferências negativas. Em outubro e novembro, pouco mudou. Tal cenário fez com que os rizicultores tivessem seu custo de produção aumentado com sementes utilizadas em ressemeio e aportando maiores volumes na nutrição, em especial de nitrogênio. O custo alto de produção, em particular nos valores dos fertilizantes praticados na safra 2022/23, já era realidade.

Em dezembro e janeiro, as lavouras encontraram radiação e temperaturas adequadas no fim da fase vegetativa e, em especial, no florescimento, o que contribuiu sobremaneira em resultados de colheita muito bons, com arroz de boa qualidade.

“No extremo sul catarinense o arroz permanece com praticamente a mesma área para a safra 2023/24. Algumas propriedades começaram o cultivo de soja em áreas de várzea drenadas, mas ainda é muito incipiente e, claro, com análise criteriosa sobre esta oportunidade, alocando a essa cultura nas partes altas”, observou. O ingresso da soja em áreas de arroz foi um dos temas de destaque na concorrida 19ª edição do Campo Agroacelerador Cooperja.

Algumas recomendações para otimizar o manejo em safras sob El Niño

– O agricultor precisa estar pronto para aproveitar as janelas de plantio na primavera, que tendem a ser poucas;
– Sob resteva de soja, é importante deixar a área já entaipada e pronta;
– O preparo de verão ou pós-colheita é obrigatório;
– Será um ano que possivelmente demandará mais N;
– A adubação com ureia no seco, conforme recomendação, pode ser prejudicada. Neste caso, quando o arroz estiver nos estágios v3 e v4, sob condições de muita umidade, é recomendado fracionar a aplicação em duas vezes, aguardando 10 dias após a primeira para realizar a segunda;
– Nos mais de 150 mil hectares de áreas alagáveis das várzeas do RS, não é recomendado plantar soja, milho ou outra cultura sensível ao encharcamento;
– Caso vá cultivar soja e/ou milho, deve-se priorizar as áreas mais altas, mais estruturadas, mediante uma revisão e melhoria da macro e da microdrenagem;
– No caso do milho, a semeadura deve ocorrer no fim de agosto, planejando também a melhor utilização do maquinário e da mão de obra;
– Com mais chuvas e mais dias nublados e a quebra de resistência à brusone de algumas cultivares, a tendência é de maior
ocorrência de doenças. Na soja a preocupação será a ferrugem;
– Programar a semeadura para setembro buscando escapar das “águas de março” na colheita;
– Planejar a semeadura. Se historicamente, sob El Niño, há 12 dias de janela entre setembro e outubro para semear, o ideal é
programar a operação para no máximo oito dias e reduzir os riscos de não ter piso e atrasar o plantio indefinidamente;
– Os agrometeorologistas estão acertando cada vez mais os prognósticos, então, não há mais espaço na lavoura profissional para não observar as previsões e as recomendações.
Fonte: consultores agropecuários de empresas públicas e privadas

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