Devagar, devagarinho
Preços internacionais reagem, mas ainda poderiam ir mais longe.
O primeiro semestre de 2017, pelo aumento da demanda global, trouxe reflexo nas cotações. Em junho, os preços mundiais registraram pela primeira vez alta duas vezes mais fortes em relação a maio, que já havia marcado o maior aumento desde meados de 2014. Os tailandeses continuam impactando a tendência internacional pela redução de estoques e suas últimas safras afetadas pelo clima. As cotações vietnamitas acompanharam. Em contraste, os mercados nos Estados Unidos, Índia e Paquistão tiveram alta moderada, segundo a FAO.
Para Patricio Méndez del Villar, do Cirad francês, a valorização se deve à redução das disponibilidades de exportação e reativação da demanda de países importadores que buscam reconstruir seus estoques de segurança. A demanda do Oriente Médio e da África Subsaariana também pesa. Com isso, os exportadores asiáticos apontam avanços confortáveis nas vendas em relação ao ano anterior.
Além do indicador da FAO, em junho o Índice Osiriz/InfoArroz (IPO) subiu 14,5 pontos, para 208,6 pontos (base 100 = janeiro de 2000) contra 194,1 pontos em maio.
No início de julho o índice caiu a 206 pontos com uma pressão contrária às vendas causada pelo adiamento de leilões da Tailândia por questões técnicas, apreciação de algumas moedas asiáticas frente ao dólar e burocracias que emperraram negócios como avanço das compras anunciadas pelas Filipinas, Indonésia e Malásia.
Os compradores também pisaram no freio, estrategicamente, para evitar alta mais significativa nos preços internacionais.