Direto ao assunto

Autoria: Flavio Hass
Diretor-técnico da Cooplantio.

O plantio direto e a nova orizicultura do RS

É contagiante o entusiasmo dos orizicultores no momento que antecede o plantio da safra 2003/2004, a qual sinaliza um recorde de área no Rio Grande do Sul, rompendo a barreira de um milhão de hectares. Contribuem para este entusiasmo a profissionalização ocorrida no setor nos últimos anos, a modernização do parque de máquinas, a adoção de novas tecnologias, a otimização do manejo, difundida pelo Projeto 10 (iniciativa da Associação dos Agricultores de Dom Pedrito, com apoio técnico do Irga), e o plantio direto ou semidireto.

O plantio direto está no fechamento destas razões de sucesso elencadas pelo fato de ter papel decisivo na implementação e ampliação do projeto, pois abrevia operações de preparo e é um grande facilitador da semeadura, ganhando-se tempo e economia de maquinário. Só para se ter uma idéia, o tempo de trabalho de um trator de 100 HP, do preparo à colheita, é de 9,77 horas por hectare no sistema convencional contra 5,16 h/ha no plantio direto. Além disso, proporciona a redução média de 30% nos custos diretos e, mais importante, pontualidade, pois a área dessecada oferece piso e umidade adequados para entrada da semeadora após chuvas, e quando estas escasseiam, pode-se continuar o plantio, pois a palhada mantém a umidade por mais tempo.

Prova desta afirmação é o resultado dos participantes do Projeto 10 na última safra, onde nove dentre 10 implantaram suas lavouras no sistema direto e obtiveram produtividade 51% acima da média do município, resultado que, por si só, instiga a questionamentos mais profundos e a mudança de atitudes, pois ficou evidente que podemos ir mais longe na produtividade, simplesmente fazendo a coisa certa, da maneira certa e na hora certa! Aqui entra a principal tarefa da Cooplantio, junto aos seus milhares de associados, difundindo o sistema plantio direto e transferindo tecnologias que permitam aos empresários rurais a maximização de resultados, através dos grupos de intercâmbio técnico, treinamentos de gerentes e operadores, informativos técnicos, numa permanente parceria em busca de maximizar resultados.

 

O SISTEMA

Plantio direto de arroz irrigado

Princípios do Sistema

• Mínima movimentação do solo
• Permanente cobertura por plantas (cultivadas ou espontâneas)

Etapas Críticas

1. Sistematização e aplainamento da superfície do solo, feitos preferencialmente no verão, incluindo otimização de estradas e canais de irrigação e sistema de drenagem principal (esgoto)

2. Entaipamento prévio, com taipas de perfil baixo e base larga

3. Implantação de eficiente rede de drenagem, permitindo que os quadros tenham o solo consolidado e facilitando rotação (pastagens) e posterior semeadura do arroz

4. Semeadura de espécies forrageiras (azevém e trevo branco, no exemplo) para estruturar o solo, aumentar receitas (bois) e ciclar nutrientes

5 Assistência técnica, indispensável ao acompanhamento e orientação de profissional capacitado, visando facilitar a implementação das etapas, reduzindo custos e otimizando os recursos disponíveis na propriedade. Nas áreas já sistematizadas onde se pretenda rotacionar com soja, pode-se fazer a calagem superficial logo após a colheita da soja, quando o piso está bem firme.

 

De olho nas reformas

Arrozeiros querem isenção de alíquota

A cadeia produtiva do arroz começa a desenvolver ações de olho nos benefícios que poderá obter com a reforma tributária, em debate no Congresso – que prevê possibilidade de alíquota zero para os produtos da cesta básica -, e mobiliza-se para pedir isenção do imposto. O presidente da Abrarroz e da Federarroz, Artur Albuquerque, é o principal gestor da estratégia, que já conta com aliados em todos os elos do setor. O discurso está sendo afinado e iniciam os contatos com os governos estadual e federal.

O diretor de mercado da Federarroz, Marco Tavares, considera a reforma fundamental para elevar a competitividade do produto e eliminar a guerra fiscal. O presidente do Sindarroz-RS, Élio Coradini, estima que a isenção da taxa poderá se traduzir em queda de até 25% no custo ao consumidor. “Também acabaria com fraudes e simulação fiscal e estimularia o consumo e a geração de empregos”, afirma o presidente do Sindarroz-SC, Lauro Toledo.

O governador gaúcho, Germano Rigotto, considera um grande avanço da reforma tributária a possibilidade de a alíquota ser fixada entre zero e 4% para produtos essenciais, como os alimentos da cesta básica. Os outros estados arrozeiros também estão mobilizando seus políticos.

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