Disputa acirrada
Mato Grosso e Maranhão disputam o terceiro lugar no ranking nacional
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No Mato Grosso, a colheita do arroz deve ser concluída em maio, com produção prevista em 605,1 mil toneladas, de acordo com o levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em abril. Este volume corresponde a um incremento de 14% em relação às 528 mil toneladas colhidas no período anterior. A área de cultivo cresceu 10,8%, de 166,3 mil hectares em 2012/13 para 184,3 mil hectares na atual safra. Mesmo com este aumento na produção, o MT, por muito pouco, não deverá conseguir voltar à terceira posição no ranking dos maiores estados produtores do cereal, já que no Maranhão a expectativa é de que sejam colhidas 611,3 mil toneladas do grão. Na avaliação do presidente do Sindicato das Indústrias de Arroz do Mato Grosso (Sindarroz-MT), Ivo Fernandes, a safra mato-grossense será suficiente para abastecer a demanda estadual e atender mercados em Goiás, Rondônia e Pará.
O dirigente explica que a colheita este ano atrasou um pouco em função da soja, que foi colhida mais tarde devido às chuvas, que favoreceram o arroz. “Mesmo com incremento superior a 10% na produção, acredito que colheremos 10% a menos em termos de grãos inteiros, o que, de certa forma, contribui para manter o cenário da safra passada”, compara Fernandes. Para o presidente do Sindarroz-MT, a cultura é a melhor opção para recuperar pastagens e áreas degradadas. Outra vantagem é que o plantio da soja, em outubro, seguido da semeadura do arroz em janeiro, proporciona ao agricultor produzir duas culturas nobres na mesma temporada, o que contribui para aumentar a renda total da propriedade. “Além de quebrar a monocultura da soja, o cereal favorece o meio ambiente, contribuindo para a qualidade do solo”, ressalta.
A expectativa de Fernandes para esta safra é de que os preços no estado, na faixa de R$ 32,00 e R$ 33,00 a saca de 60 quilos, se mantenham firmes. “Ainda é cedo para qualquer previsão, mas esperamos não precisar buscar arroz do Rio Grande do Sul em razão dos preços, atualmente cotados em R$ 35,00”, observa.
RANKING DA PRODUÇÃO
O Tocantins segue na quinta posição entre maiores produtores de arroz no Brasil. A Conab aponta a produção de 542,9 mil toneladas, volume 4% menor comparado com as 565,7 Mt colhidas em 2012/13. De acordo com o analista econômico da Embrapa Arroz e Feijão (GO), Carlos Magri, o estado responde por 3,7% da produção brasileira. No entanto, ele é muito importante para o abastecimento local e dos estados vizinhos. “O arroz tem a peculiaridade de ser consumido localmente, por isso tem um papel central na segurança alimentar”, diz.
A principal região produtora no Tocantins abrange os municípios de Lagoa da Confusão, Dueré e Formoso do Araguaia, no Sudoeste do estado. Nesta área, o cultivo de arroz é potencializado principalmente pelo projeto de irrigação do Rio Formoso e o Programa de Desenvolvimento da Região Sudoeste (Prodoeste). “Essa área do Vale do Araguaia, em torno de 1 milhão, 1,5 milhão de hectares, são propícias para a produção de arroz. São explorados 100 mil hectares, 7% do total. Com a implantação do Prodoeste, poderemos incorporar 300 mil hectares”, calcula o secretário executivo da Agricultura e Pecuária do Estado (Seagro), Ruiter Padua.
Com os recentes destaques na produção de arroz e o fortalecimento de programas de irrigação, o Tocantins tem se tornado vitrine para países pretensos no cultivo do grão. A Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas, TO) recebeu no dia 10 de março uma comitiva com representantes de 15 países africanos que vieram conhecer a cadeia produtiva brasileira do arroz. Coordenada pelo Africa Rice Center, instituição de pesquisa voltada ao tema, a viagem teve como objetivo observar boas práticas, maquinários, sistemas de produção e outros detalhes ligados à cadeia do arroz.