…E a união fará a força

 …E a união fará a força

Parboilizado: tipo de arroz que predomina na indústria catarinense

Cooperativas catarinenses estudam união estratégica para ampliar mercado.

As cinco cooperativas agrícolas que atuam com produção e beneficiamento de arroz em Santa Catarina estão trabalhando para unificar suas áreas de comercialização e logística. Cooperja, Coopersulca, Cravil, Juriti e Copagro iniciaram estudos para atuar em parceria no Nordeste brasileiro, o principal mercado consumidor de arroz do país e hoje o maior comprador da produção catarinense. 

De acordo com o gestor de negócios da Coopersulca, Ademar De Costa, esta é uma forma de juntar forças para ter maior participação de mercado. “A saída para sobreviver é a união”, afirma, referindo-se a operações de fusão em diferentes setores, como carnes. 

O objetivo com a possível associação entre as cooperativas é reduzir custos, sobretudo no envio do grão produzido para o Nordeste, substituindo o transporte de caminhões pela cabotagem. Com mais volume, elas conseguem encher os navios e ter preços melhores nos fretes. Além disso, há tratativas para a construção de um centro de distribuição em um dos estados nordestinos para melhorar a rapidez na entrega dos produtos. 

A Organização das Cooperativas de Santa Catarina (Ocesc) confirmou os estudos e está coordenando as discussões sobre o assunto. O diretor da Coopercentral Aurora e presidente da Ocesc, Marcos Zordan, disse que prefere se pronunciar apenas após os resultados dos trabalhos de uma consultoria, que está sendo contratada. “Ela dará embasamento para concretizar ou não as ações em análise”, explica.

ESPAÇO

Para o presidente da Cooperja, Vanir Zanatta, a união pode dar condições de as cooperativas brigarem por mais espaço no mercado. “Temos dificuldade de concorrer em preços no Nordeste com as grandes empresas, que têm operações de maior escala. Se não nos juntarmos, ficaremos pelo caminho”, observa.
A união, no entanto, não estaria vinculada apenas à conjuntura de curto prazo do setor e pode não se restringir às operações do Nordeste. A intercooperação pode começar pela comercialização nesta região, mas também avançar para um projeto maior.
A discussão também envolve uma união para exportar para a África do Sul e Angola, bem como, futuramente, até mesmo a atuação sob uma única marca, ainda a ser definida. Hoje, cada uma das cinco cooperativas mantém sua própria operação de comercialização, logística e marca no país.

PANORAMA

As cinco cooperativas teriam, juntas, produção de cerca de 360 mil toneladas ao ano. Com esse volume estariam disputando de forma mais próxima a liderança do mercado com gigantes do setor como a Camil e Grupo Josapar. Para representantes das cooperativas, não há entre as cinco nenhuma em situação financeira muito difícil, à beira de quebrar, que motive a união, mas a rentabilidade, em geral, tem sido baixa diante do seu potencial.

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