Em busca da segurança
2002 será marcado pelo funcionamento pleno da Bolsa Brasileira de Mercadorias.
O mercado brasileiro de cereais ganha mais segurança e organização a partir deste mês de novembro, com a entrada em funcionamento pleno da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), reunindo as bolsas de mercadorias de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Uberlândia, além da Bolsa de Mercadorias & Futuros. Com sistemas de negociação apropriados, a fusão vai organizar o funcionamento de mercados livres e abertos, garante o diretor da BMRS, Zélio Hocsman.
“Será uma estrutura para a realização de negócios com mercadorias, bens e serviços para entrega efetiva, bem como dos títulos representativos desses produtos nos mercados primário e secundário, nas modalidades à vista, a termo e opções. Tudo em ambiente de assegurada competiti-vidade”, acrescenta o diretor. Com efeito, as bolsas de mercadorias do Brasil têm funcionado essencialmente na realização de leilões patrocinados pela Conab e outros organismos governamentais.
Há demanda destes serviços principalmente pela segurança que oferece ao mercado, ao comprador e ao produtor. Como foi criada uma grande dependência destas ofertas de produto governamental, e para dar novo impulso às modalidades de negócios oferecidas por este sistema, houve consenso na formação da BBM, que está sendo gestada há quase um ano e tem a participação da BM&F, que é a quarta do mundo, capaz de movimentar R$ 30 bilhões por dia. A BBM iniciará suas atividades ao final dos leilões da Conab, pois aguarda credenciamento junto aos órgãos governamentais e não seria conveniente alterar regras neste momento, quando chegam a ocorrer dois leilões de arroz por semana.
Análise
Um novo impulso
A Bolsa Brasileira de Mercadorias vai impulsionar produtores e entidades representativas, principalmente na área de arroz do Rio Grande do Sul, onde a cadeia produtiva dá exemplos de crescente organização, a adotar mais o mecanismo de oferta de produto em leilões. O produtor não tem ônus, os compradores estarão disputando a oferta e há garantias de preço real e pagamento efetivo.
Boas notícias
Governo gaúcho mantém redução do ICMS do arroz para 2003
O governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, estendeu o incentivo de redução do ICMS para o setor arrozeiro gaúcho até 2003. Ele assinou, durante a Expointer, maior evento pecuário do Rio Grande do Sul, que acontece todos os anos em Esteio, decreto de apoio à produção gaúcha de arroz. O benefício faz parte do Programa de Incentivo ao Crescimento do Setor Arrozeiro, que concede crédito presumido de 5% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas vendas incrementais de arroz industrializado para os estados do Sul e Sudeste.
A medida resulta em redução da alíquota efetiva de 12% para 7%. O decreto vigora de 1º de agosto a 28 de fevereiro de 2003 e tem o objetivo de criar condições de competitividade à cadeia agroindustrial do arroz gaúcho, que reúne 200 indústrias e cooperativas de beneficiamento do produto em todo o estado, com 2,5 mil empregos produzidos diretamente pelos empreendimentos.
Embrapa lança nova cultivar
A Embrapa está lançando para os produtores de semente do Rio Grande do Sul a nova cultivar de arroz irrigado BRS Firmeza, para o plantio na safra 2002/2003. A variedade é um dos mais recentes lançamentos da Embrapa e possui ciclo semiprecoce (115 a 125 dias da emergência à maturação). Entre as características de destaque da BRS Firmeza está a boa tolerância ao frio na fase reprodutiva, o que representa uma alternativa para semeaduras tardias. Além disso, os colmos vigorosos são um ponto importante para o plantio de pré-germinado, por ser tolerante ao aca-mamento na lavoura.
Ficha Técnica
Altura: 66 a 86 centímetros
Grão: tipo agulhinha
Casca: lisa, fator que diminui o desgaste dos equipamentos de colheita e engenho
Rendimento médio: 7.450 quilos por hectare ou 149 sacos de 50 quilos
Rendimento de engenho: mais de 65%