Em meio à desvalorização do arroz, colheita supera os 20% no Rio Grande do Sul

 Em meio à desvalorização do arroz, colheita supera os 20% no Rio Grande do Sul

(Por Ascar-Emater/RS) A colheita avançou acima de 20% da área cultivada em decorrência das reduzidas precipitações no período, que minimizaram as interrupções operacionais e otimizaram o acesso às lavouras. A distribuição fenológica atual indica 41% das áreas em fase de maturação, 33% em enchimento de grãos e 6% em floração. Nas parcelas em estágios reprodutivos (floração e enchimento), mantém-se o monitoramento fitossanitário com aplicações preventivas de fungicidas e inseticidas, especialmente em produções com maior investimento tecnológico.

Quanto ao mercado, persiste a tendência de desvalorização em função das quedas consecutivas nas cotações nas últimas semanas, elevando a pressão sobre a rentabilidade do setor. Segundo o Instituto Rio Grandense de Arroz (IRGA), a área efetivamente plantada foi reavaliada para 970.194 hectares.

A Emater/RS-Ascar procedeu à reestimativa da produtividade média para 8.376 kg/ha, registrando convergência entre dados observados e projetados. Considerando os indicadores de Irga e Emater/RS, a produção somaria 8,13 milhões de toneladas. Na semana anterior, a Emater/RS trabalhava com expectativa de  uma produção de 8.478 kg/ha e a soma de 8,23 milhões de toneladas, estimados na fase pré-implantação das lavouras. Com a nova estimativa, a produtividade foi reduzida em 0,9%.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a colheita atingiu 25% da área cultivada, principalmente impulsionada pela operação na Fronteira Oeste, onde os índices de colheita são mais elevados: em São Borja, 45%; em Maçambará, 40%; em Alegrete, 35%; em Itaqui, 32%; e aproximadamente 25% em Barra do Quaraí e Uruguaiana.

Na região da Campanha, onde a semeadura foi mais tardia, a colheita está em fase inicial, chegando a 10% em Aceguá e Lavras do Sul e 8% em Dom Pedrito. Atualmente, 40% da área plantada está em fase de maturação, o que permite a alguns produtores destinarem as reservas de água para irrigação das lavouras semeadas tardiamente, na segunda quinzena de dezembro, que se encontram nas fases de floração (7%) e enchimento de grãos (24%).

Na Regional de Pelotas, da Emater/RS, as lavouras estão predominantemente na fase de maturação (56%). Na fase de granação ou enchimento de grãos, encontram-se 34%, enquanto 5% estão em floração. A colheita está em estágio inicial (5%), mas já ocorre em praticamente todos os municípios.

Na Depressão Central, região de Santa Maria, a colheita avançou para 19% da área semeada, e 40% estão em maturação. De maneira geral, os rendimentos têm atendido à expectativa inicial, embora sejam observadas quedas pontuais, como em Cacequi e Restinga Sêca, onde houve redução de 15% no rendimento estimado. Em São Sepé e Formigueiro, a redução é de 5%.

Na zona de cultivo pertencente à coordenadoria regional de Santa Rosa, em Garruchos, iniciou a colheita das lavouras semeadas precocemente. As temperaturas elevadas e a intensa radiação solar, durante grande parte do ciclo, favoreceram o desenvolvimento das plantas, resultando em produtividade próxima a 8 mil kg/ha de grãos limpos e secos, suficiente para cobrir os custos e garantir rentabilidade na safra atual, segundo orizicultores locais.

Já na regional que tem como referência Soledade, cerca de 10% foram colhidos. As produtividades obtidas estão dentro das projetadas inicialmente. As chuvas em maiores volumes, no mês de fevereiro, elevaram satisfatoriamente os níveis dos mananciais hídricos, tranquilizando os orizicultores. Porém, o uso moderado da água na irrigação continua. O quadro geral da cultura é considerado normal, e as lavouras apresentam boa sanidade e estado nutricional.

Comercialização

O valor médio, ao produtor, da saca de 50 quilos de arroz em casca (58×10), de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 2,14%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 90,09 para R$ 88,16.

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