Em qualquer lavoura

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Toro: estratégias de manejo para conviver com a doença

Doença afetou produtividade dos
arrozais catarinenses
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 A brusone se tornou um pesadelo para os orizicultores em Santa Catarina na safra 2015/16 e comprometeu a produtividade no estado, que pode apresentar perdas de até 20% considerando outras doenças e pragas, segundo órgãos de pesquisas locais. A doença é uma das pragas que mais preocupam pela dimensão dos prejuízos que gera. O diretor de pesquisa da RiceTec Sementes, Edgar Alonso Torres Toro, especialista em melhoramento genético, afirma que além do clima, o uso de cultivares suscetíveis à doença e o manejo incorreto da lavoura são fatores determinantes à proliferação do fungo.

“Trata-se de uma doença que convive com o arroz há muito tempo e é provável que as mudanças no clima ajudem no aumento da sua incidência. Desta forma, enquanto a pesquisa busca outras soluções é preciso aprender a conviver com a doença com uma estratégia de manejo integrado”, ressalta. Conforme o especialista, é necessário considerar a resistência genética das cultivares e o correto manejo agronômico, incluindo o uso criterioso de fungicidas, como os mais importantes recursos. Neste cenário, a pesquisa e o uso de tecnologias adequadas são fundamentais no processo de combate à brusone. “A resistência genética é um excelente método de controle, pois já vem incluída na semente e é completamente amigável com o ambiente”, salienta.

Torres observa que é preciso pensar na estratégia em relação à durabilidade da resistência. Devido à coevolução entre o patógeno e a planta do arroz, o fungo sempre vai conseguir quebrar a resistência. “Em consequência, o objetivo é reduzir o máximo possível a probabilidade desta quebra da resistência e estar um passo a frente do fungo. Para se conquistar este objetivo é fundamental conhecer muito bem o patógeno, ou seja, estudar a sua variabilidade e evolução mediante o monitoramento contínuo das raças do fungo”, explica.

O especialista indica que é possível desenhar estratégias de melhoramento para acumular os genes de resistência efetivos e ensina que é preciso evitar a semeadura da mesma cultivar em grandes extensões e sempre que possível ter uma diversidade genética de cultivares na propriedade. “Não somente devemos utilizar cultivares resistentes, mas também utilizá-las de maneira criteriosa de forma que se assegure a durabilidade desta ferramenta”, diz Torres Toro.

A RiceTec tem trabalhado o aumento da competitividade e da produtividade do arroz no Brasil como um fator fundamental para o sucesso do negócio. Considera de vital importância unir esforços público e privado para entender a diversidade do patógeno e desta forma planejar estratégias para o desenvolvimento da resistência genética durável à brusone do arroz.

FIQUE DE OLHO
A resistência à brusone tem sido um dos principais focos da AgroNorte Pesquisa e Sementes, de Sinop, Mato Grosso, no desenvolvimento de novas cultivares. Na temporada 2015/16, cinco novos materiais foram colocados no mercado buscando maior produtividade e resistência a doenças e ao acamamento, entre outros fatores. O diretor da empresa, Angelo Maronezzi, destaca o foco em resistência à doença fúngica que é muito comum no Centro-Oeste, mas que também ganha especial atenção pelo início de testes das cultivares em zonas irrigadas do Sul do Brasil. “É um dos grandes desafios da pesquisa: encontrar fontes de resistência às diversas raças de fungos existentes em cada região arrozeira”, enfatiza.

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