Emater/RS aponta avanço da colheita e elevação de preços do arroz no RS

 Emater/RS aponta avanço da colheita e elevação de preços do arroz no RS

(Por Emater/RS-Ascar) O início da semana entre 15 e 22 de abril foi chuvoso, e houve avanço da colheita do arroz apenas entre 17 e 21/04. No entanto, o solo está encharcado em função das chuvas constantes, o que retarda a perda de umidade dos grãos nas lavouras e atrasa o início da colheita no período matutino. Além desses fatores, a presença de plantas acamadas em alguns talhões requer maior atenção dos operadores, e a retirada dos grãos das lavouras está sendo mais onerosa em decorrência do acúmulo de barro, que dificulta a aproximação dos caminhões.

As chuvas atrasaram a colheita, prolongando o período adequado para a realização da operação em algumas lavouras que já estão maduras há algumas semanas, aumentando o risco de perdas em razão dos ciclos repetidos de umedecimento e secagem, que afetam a
qualidade dos grãos. Avalia-se que aproximadamente 70% da área cultivada tenha sido colhida; 28% encontra-se em fase de maturação; e 2% ainda estão em enchimento de grãos. A área cultivada no Estado está estimada em 900.203 hectares, conforme o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA). A produtividade está estimada em 8.325 kg/ha, segundo a Emater/RS-Ascar, mas há possibilidade de elevação, dependendo do sucesso na colheita das últimas lavouras. Por este cálculo, a colheita ficaria em 7,49 milhões de toneladas.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, em Manoel Viana, os rizicultores estão apreensivos por causa do nível elevado do Rio Ibicuí. O mesmo ocorre com lavouras em outros municípios, que são banhadas pelos rios Quaraí e Uruguai, as quais podem sofrer prejuízos pela inundação dos talhões, caso os altos volumes de chuva previstos para abril se confirmem. Em São Borja, algumas lavouras foram submersas em razão do transbordamento de rios menores, causado pelo represamento do Rio Uruguai,
que atingiu cota de 8 metros acima do nível normal.

Em São Gabriel, para áreas financiadas que estão imersas foi solicitada a cobertura de seguro Proagro. Também há problemas de acamamento em algumas propriedades, mas correspondem a pequenos talhões dentro de grandes lavouras. Em Maçambará, 75% das lavouras de arroz foram colhidas. No entanto, as produtividades diminuíram em função do acamamento das plantas e da inundação de
algumas áreas, após a ocorrência de vendaval com fortes chuvas e ventos no dia 16/04.

Na Região de Pelotas, as atividades de colheita foram retomadas a partir de 18/04, aproveitando as condições de umidade ideais nos grãos. Os trabalhos foram intensificados até 21/04, proporcionando o avanço significativo de área colhida, que atingiu 67%. Permanecem
no campo 33% maduros ou em processo de maturação. As produtividades continuam dentro dos padrões inicialmente esperados.

Na zona central, regional de Santa Maria, a colheita alcançou 74%. Apesar das dificuldades na operação, os rizicultores expressam grande satisfação com o desempenho das lavouras até o momento, as quais apresentaram produtividade média próxima de 8 mil kg/ha. Entretanto, há apreensão em relação aos 26% restantes da área, pois muitas lavouras estão prontas para a colheita, e um prolongamento das chuvas pode resultar em perdas significativas, especialmente em termos de qualidade do grão colhido.

Na Região de Soledade, a colheita foi retomada na segunda metade do período. O processo iniciou-se de forma lenta, mas posteriormente acelerou, facilitado pela continuidade do período seco. Estima-se que 53% da área tenha sido colhida. Excetuando-se casos de áreas
acamadas pelo vento e danificadas por granizo, que impactaram negativamente a produção e a qualidade, os rizicultores estão, de maneira geral, satisfeitos com a produtividade alcançada e a boa cotação do produto no mercado.

Comercialização
Conforme o levantamento semanal de preços realizados pela Emater/RS-Ascar, no Rio Grande do Sul, a saca de 50 quilos de arroz em casca apresentou elevação de 2,28% ao produtor, passando de R$ 99,71 para R$ 101,98.

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