Enchente destrói lavouras de arroz, fumo, milho e soja no Sul do Brasil

Em São Lourenço do Sul, galpões inteiros foram destruídos pela água.
As perdas de fumo, principal cultura do município, ultrapassam R$ 2 milhões..

Na semana passada o Sul do Brasil foi surpreendido por uma chuva muito intensa. Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul já somam mais de 21.400 pessoas desalojadas ou desabrigadas.

No fim de semana, choveu forte em toda a região litorânea de Santa Catarina e do Paraná. Volumes menores foram registrados na maior parte do Paraná e no oeste e nordeste do Rio Grande do Sul. No estado gaúcho, um dos principais municípios atingidos pela chuva nos últimos dias, São Lourenço do Sul, depende basicamente da atividade agrícola.

Desde domingo (13) não chove em São Lourenço do Sul. Os moradores aproveitam para limpar ruas, casas e recuperar dentro do possível os prejuízos que são muitos. Pelotas fica pertinho de São Lourenço, a mais ou menos 60 ou 70 quilômetros, mas o principal acesso está interrompido, a BR-116, onde uma ponte foi danificada. Para chegar até lá, apenas por estradas secundárias.

Por onde a água passou causou destruição. Cerca de mil propriedades da zona rural de São Lourenço do Sul foram atingidas pela enchente.

Há 10 dias da colheita, o produtor Mauro Peter perdeu cerca de 80% da lavoura de arroz. “Eu esperava colher em torno de 1.500 sacas. Agora não sei, mas a perspectiva é colher em torno de 300, 400 sacas no máximo”.

A enchente também destruiu lavouras de fumo, milho e soja. O agricultor Marcos Becker perdeu todo o fumo que estava no galpão totalmente destruído pela água. Trinta e oito animais do pecuarista Erico Kath sumiram. Um prejuízo de R$ 50 mil. Os moradores de uma casa ficaram ilhados. Em algumas localidades, a água chegou a dois metros de altura.

Os números ainda estão sendo contabilizados, mas de acordo com um levantamento preliminar da defesa civil, morreram mais de 300 animais. As perdas de fumo, principal cultura do município, ultrapassam R$ 2 milhões. Mais de mil quilômetros de estradas e 40 pontes foram danificadas.

Na cidade, uma cooperativa perdeu 520 mil toneladas de arroz e 350 toneladas de sementes de pastagem, que ficaram espalhadas pelas ruas. “Não temos o que fazer, temos que aguardar para ver o que vamos fazer e começar a reconstruir tudo de novo. Caminhoneiro, funcionário, gente da manutenção, muitos dependem da cooperativa hoje”, explicou José Flores, presidente da Cooperativa de Arroz.

César Demenech, gerente adjunto da Emater/RS, contou que houve um dano muito grande às estradas e pontes. "Vai demorar um tempo ainda até que se consiga restabelecer a rotina e os acessos à pontes e estradas. A região é de cultura familiar, arroz, soja, milho, fumo, atividade pecuária e o leite, que deixou de ter a coleta diária, são as principais culturas afetadas, além do setor pesqueiro. Em relação ao arroz, cerca de 250 hectares foram atingidos e calcula-se que em torno de 40% da produção foi perdida ou danificada. Os dados estão sendo atualizados dia a dia, a medida que se consegue chegar às propriedades.

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