Entre os maiores

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Norte: baixa tecnologia em algumas regiões afeta a produção

Renovação de pastagens
impulsiona o cultivo no MT.

O Mato Grosso deve voltar a ser o terceiro maior produtor de arroz brasileiro na safra 2014/15, pelo que apontou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em outubro. A área plantada com o cereal poderá chegar a 202,7 mil hectares, um aumento de 15% em relação aos 176,3 mil hectares do período anterior. A produção deve chegar entre 589 mil e 677,4 mil toneladas, com crescimento que varia de 1,7% a 17%.

Embora as previsões sejam preliminares e passíveis de alterações futuras, pois o MT planta até o final de dezembro, para o pesquisador da unidade Arroz e Feijão da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Goiás, Carlos Magri Ferreira, os números estão muito próximos da realidade.

Ao longo da última semana de outubro, Magri esteve no MT para participar de reuniões com representantes da indústria e, segundo ele, a percepção do setor é a mesma. “As 22 empresas que integram o Sindicato das Indústrias de Arroz no estado (Sindarroz-MT) estão incentivando a produção do cereal para abastecer o mercado doméstico”, informa.

O pesquisador ressalta que o cereal vem apresentando um salto de qualidade nas últimas safras, o que favorece não apenas a indústria de beneficiamento, mas o conjunto do mercado do estado. “A indústria trabalha com a perspectiva de processar anualmente 280 e 300 mil toneladas, direcionando o excedente a outros estados”, explica. Outra boa notícia, segundo Magri, é a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) em autorizar novos preços mínimos para arroz no MT e Região Norte para a safra 2014/15. Com a medida, o arroz longo fino em casca tipo 1 de 60 quilos tem preço mínimo elevado para R$ 32,70 (reajuste de 2,64%).

TOCANTINS
Na Região Norte, o plantio da lavoura de sequeiro, conforme a Conab, prossegue, na sua grande maioria, associando baixos níveis tecnológicos com as adversidades climáticas frequentes e para atender circunstâncias de subsistência, uma vez que os mercados locais são literalmente abastecidos por produtos de melhor qualidade e preços competitivos, oriundos do Sul do País.

Em Tocantins, principal produtor da Região Norte, haverá redução de área de 1% a 5%, pois o plantio do arroz no ano passado se destinou à recuperação do solo para o cultivo da soja. No caso do arroz irrigado, a expectativa para esta safra é de crescimento da área plantada, mas em números pouco significativos.

A Conab prevê produção entre 609 e 635,4 mil toneladas, com crescimento de 12% a 17% em relação às 543,6 mil toneladas da safra anterior. O analista de transferência de tecnologia da Embrapa Arroz e Feijão, Bernardo Mendes dos Santos, observa que no Tocantins alguns produtores plantaram mais cedo, o que contribui para que a safra seja boa. “A produtividade vem aumentando nos últimos anos e deve continuar. Os produtores com mais tecnologia colhem até 160 sacas de 60 quilos por hectare, mas a média do estado é 120 sacas/hectare”, diz.

MARANHÃO
O desempenho das lavouras maranhenses na próxima safra ficará entre as 484,9 e 534 mil toneladas. Na comparação com as 658,4 mil toneladas colhidas no ciclo anterior, a queda será de 12% a 26%. Apesar da retração, Santos considera boa a expectativa para a safra do Maranhão, que recebe forte incentivo do Estado e de empresas privadas. “O problema é que muitos produtores carecem de informações e tecnologia. Os melhores rendimentos vão de 130 a 150 sacas/hectare. Na média, a produtividade oscila entre 100 e 110 sacas/ hectare. A cultura da soja é muito forte devido aos preços remuneradores. É uma cultura que envolve uma logística menos complexa e está invadindo áreas tradicionais de arroz”, avalia.

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