Epagri conclui mapeamento da área de arroz por imagens de satélite

 Epagri conclui mapeamento da área de arroz por imagens de satélite

Turvo, no Sul do Estado, tem a maior área plantada de arroz em SC


Santa Catarina é o segundo maior produtor de arroz no Brasil, com 30 mil pessoas que dependem economicamente da atividade.

Levantamento realizado por imagens de satélite mostrou que Santa Catarina conta com 149.591 hectares de arroz irrigado, uma área 5,5 mil hectares maior em relação ao estimado anteriormente, que era 144 mil hectares. O mapeamento da cultura do arroz em Santa Catarina foi um trabalho liderado pela Epagri em parceria com especialistas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e finalizado recentemente.

Santa Catarina é o segundo maior produtor de arroz no Brasil. Em 2019 a cultura apresentou valor bruto da produção (VBP) de R$865 milhões para o Estado. Aproximadamente 30 mil catarinenses dependem economicamente desta atividade.

Segundo Kleber Trabaquini, pesquisador da Epagri e líder do projeto, na maioria das vezes os levantamentos de safra são feitos por entrevistas e declarações concedidas pelos próprios produtores a órgãos oficiais, como Conab e IBGE. “Através do uso dos dados orbitais, foi possível corrigir e atualizar estes números e ter um dado mais preciso”, descreve Kleber.

A equipe utilizou imagens do satélite Sentinel-2, que tem a resolução espacial de 10m e pode captar imagens dos cultivos a cada cinco dias. “Com estas imagens, pode-se acompanhar todo o ciclo agrícola”, explica o pesquisador.

“Além de dados mais exatos, temos agora a distribuição espacial da cultura, o que nos possibilita o acompanhamento em safras futuras, além de servir para embasar trabalhos científicos e acadêmicos, já que o dado é disponibilizado ao público”, comenta Kleber. A mesma técnica está sendo aplicada pela Epagri para levantamento de áreas de outras atividades agrícolas, como a produção de maçãs e cebolas, por exemplo. 

Campeões

Os 149.591 hectares de arroz mapeados por imagens de satélite estão distribuídos por 11 regiões do Estado. A região de Araranguá, com 58.848 hectares cultivados, tem a maior concentração da cultura, representado 39% da área cultivada com o grão em Santa Catarina. Em seguida aparecem as regiões de Criciúma, Tubarão e Joinville, que juntas somam a mesma área da líder da lista. Rio do Sul, Itajaí, Blumenau, Tijucas, Florianópolis, Ituporanga e Tabuleiro completam, nesta ordem, o ranking das regiões arrozeiras do Estado.

Já na lista de municípios, Turvo lidera em área plantada com 11.899 hectares, seguido de Meleiro e Forquilhinha, com 10.975 e 9.623 hectares respectivamente. O levantamento por satélite mostrou que dez municípios catarinenses concentram 50% dos cultivos de arroz do Estado, quase todos na região Sul: além dos três líderes da lista, aparecem Nova Veneza, Jacinto Machado, Araranguá, Tubarão e Praia Grande. Massaranduba e Guaramirim, no Norte do Estado, também aparecem na lista dos dez maiores produtores, nas posições 7 e 9, respectivamente.

O estudo mapeou 94 municípios em todo o Estado. Destes, 37 apresentam área arrozeira superior a 1 mil hectares. Em 12, a área é superior a 4 mil hectares.

O trabalho foi liderado pelo pesquisador do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Epagri/Ciram), Kleber Trabaquini, que é doutor em Sensoriamento Remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os mestres em Geografia Valci Vieira e Éverton Vieira e o doutor em Solos, Denilson Dortzbach, todos das Epagri/Ciram, colaboraram com o estudo.

A pesquisa teve ainda a participação de três integrantes do Programa Jovem Aprendiz: Maria Eduarda Sezário, Leonardo Tomacheski Silva e Douglas Barros dos Santos. “O comprometimento dos jovens foi essencial para a conclusão do mapeamento”, ressalta Kléber.

1 Comentário

  • Epagri largando na frente do Irga e dando de relho em termos de tecnologia em nosso Instituto de viés retrogrado em termos de informação fidedigna no que tange á área cultivada e até mesmo de informação correta de produtividade por área. Aí presidente do instituto aprende com os ”catarinas.”

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