Esperança no ar
Média de preços em 2008 deve ser melhor que 2007.
O setor arrozeiro recebeu boas notícias neste início de safra, que asseguram a expectativa de melhores preços médios de comercialização para os produtores em 2008 em comparação ao histórico das últimas safras. Além do anúncio de investimentos de até R$ 800 milhões em mecanismos de comercialização e garantia de preços mínimos, por parte do Governo Federal, os analistas de mercado também estão confiantes num cenário ligeiramente melhor. A produção estimada de 12.013.500 toneladas, aumento de 697,6 mil toneladas em relação à safra anterior, não chega a preocupar pelo excesso de oferta.
O analista do Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), Camilo Oliveira, é um dos especialistas que aponta a tendência de preços médios superiores aos verificados em 2007 e início de 2008. “Isto porque os estoques iniciais encontram-se 37,7% menores do que no mesmo período do ano passado”, afirma. “Além disso, estão concentrados nas mãos do Governo Federal”, acrescenta. Segundo Oliveira, o Governo iniciará o ano comercial com mais de 1.450.000 toneladas de arroz e a iniciativa privada com 350 mil toneladas, o que representa estoque privado inicial de 2,6% em relação ao consumo.
O analista Tiago Sarmento Barata concorda. Segundo ele, mesmo com o aumento de produção e muito provavelmente do volume de arroz importado do Mercosul em 2008, o estoque de passagem menor deverá influenciar positivamente os preços. “Confirmando-se este cenário e pelo seu comportamento histórico, no primeiro semestre as cotações devem cair, mas a partir de agosto, setembro, a tendência é de recuperação e médias superiores a 2007”.
Para Camilo Oliveira, a magnitude desta valorização dependerá, basicamente, do comportamento da taxa cambial e da liberação dos mecanismos de comercialização e venda de estoques utilizados pelo Governo Federal. “O ajuste maior entre oferta e demanda, com redução dos estoques de passagem, e a valorização do arroz no mercado internacional são fatores que devem garantir um ano comercial um pouco mais favorável aos produtores de arroz do país”, destaca Oliveira.
PARIDADE – O vice-presidente de mercados da Federarroz, Marco Aurélio Marques Tavares, também comunga desta opinião e lembra que o preço de paridade, para liberação dos estoques da Conab no mercado, deve ficar acima de R$ 26,00 no próximo ano/safra. Assim, definirá um referencial importante de cotação do produto privado no segundo semestre.
Fique de olho
Com a concentração da produção de arroz no sul do Brasil, o consultor Carlos Cogo acredita que a valorização do produto aos arrozeiros no Norte, Centro-oeste e Sudeste se manterá muito próxima dos atuais patamares e chegará a ser maior, principalmente no segundo semestre, o que poderá favorecer o escoamento de estoques públicos para essas regiões.