Cesta básica fica mais cara em todas as capitais pesquisadas em 2022

 Cesta básica fica mais cara em todas as capitais pesquisadas em 2022

(Por Beatriz Conceição/Estadão) O preço da cesta básica aumentou no ano de 2022 em todas as 17 capitais onde o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Em dezembro do ano passado, o conjunto de alimentos básicos mais caro foi observado em São Paulo (R$ 791,29).

O preço da cesta básica aumentou no ano de 2022 em todas as 17 capitais onde o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. As maiores altas anuais ocorreram nas cidades de Goiânia (17,98%), Brasília (17,25%), Campo Grande (16,03%) e Belo Horizonte (15,06%). Já as menores variações foram registradas em Recife (6,15%) e Aracaju (8,99%).

Em dezembro do ano passado, o conjunto de alimentos básicos mais caro foi observado em São Paulo (R$ 791,29), seguido de Florianópolis (R$ 769,19) e Porto Alegre (R$ 765,63). No Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das outras capitais, Aracaju (R$ 521,05), João Pessoa (R$ 561,84) e Recife (R$ 565,09) tiveram os menores preços.

Em 2022, oito produtos da cesta básica ficaram mais caros em todas as capitais brasileiras analisadas: leite integral, pão francês, café em pó, banana, manteiga, farinha de trigo e batata (pesquisadas nas regiões Centro-Sul) e farinha de mandioca (pesquisada no Norte e Nordeste). O óleo de soja subiu em 16 cidades, enquanto o arroz viu seu preço crescer em 15.

Segundo o DIEESE, foram várias as motivações para o encarecimento dos produtos alimentícios. Entre elas, é possível citar a ausência de políticas – como estoques reguladores, subsídios aos preços dos alimentos ou investimento em agricultura familiar –, o conflito externo entre Rússia e Ucrânia, o clima seco e a manutenção da taxa de câmbio em alto patamar, o que acabou estimulando a exportação.

O DIEESE também estima o salário mínimo necessário para suprir todas as necessidades do trabalhador previstas na Constituição, como alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Com o aumento do custo da cesta básica em 2022, o salário mínimo em dezembro para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 6.647,63 (5,48 vezes o valor mínimo real de R$ 1.212,00). No mesmo período de 2021, a quantia correspondia a R$ 5.800,98 (5,27 vezes o piso em vigor de R$ 1.100,00).

Preço do arroz sobe 45% em 1 ano e cenário de 2023 segue tendência altista 

O preço do arroz deve continuar em alta em 2023, seguindo o cenário observado no segundo semestre de 2022, conforme indica o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq/USP). A organização informa que o Brasil pode colher a safra mais baixa em 21 anos.

Entre os fatores que explicam a previsão negativa estão a redução da área destinada à cultura e o clima seco em partes da Região Sul que pode levar a colheita para o menor volume do século, segundo pesquisadores do Cepea.

Na terça-feira (03), a saca de 50 kg do arroz em casca foi negociada a R$ 90,84, no Rio Grande do Sul (maior produtor do grão), de acordo com dados do indicador Esalq/Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado (Senar-RS). No mesmo dia do ano passado, o valor era de R$ 62,49, o que representa um aumento de mais de 45%.

Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço do arroz subiu 2,13% nos supermercados do País no acumulado do ano de 2022 até novembro. Considerando as variações por cidade, a maior alta se deu em Porto Alegre (RS), onde o alimento ficou 6,89% mais caro no período.

Para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no Brasil, a produção da safra 2022/23 deve cair 3,81% em relação à temporada passada, somando 10,38 milhões de toneladas, enquanto a área de cultura deve diminuir 9,51%.

As projeções mundiais também são negativas. Os dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam queda de 2,3% na produção do arroz beneficiado na safra 2022/23 em comparação à colheita anterior, somando 503,3 milhões de toneladas.

1 Comentário

  • Do jeito q vai o nosso clima enceguida vamos pasar por está situação

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